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02 NEURÔNIO
A tecnologia e o amor (para o bem)
JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
COLUNISTAS DA FOLHA
A gente já gastou muito espaço
deste jornal falando mal e bem
da tecnologia. De como o bina
atrapalhava a nossa vida. De como odiávamos gravações pré-programadas. De como adorávamos mandar um e-mail de amor.
Neste novo século, a cupidagem é
high-tech. Para falar em bom
"modernês", utiliza vários "suportes, mídias e ferramentas".
(Viu como falamos difícil?!).
Nós amamos os homens (e as
mulheres) que inventam essas
coisas incríveis. Mesmo que a
gente não saiba ainda programar
o vídeo. (E pior: mesmo que a
gente ainda não tenha sucumbido ao DVD!)
MP3
A declaração de amor musical
agora pode ser via rede. Em vez de
uma obsoleta fitinha, você pode
mandar para o pretê um e-mail
com uma musiquinha anexada.
Também adoramos receber músicas, é um presente que não custa
nada, por isso você pode mandar
à vontade. Não vai ficar arrependida se o cara se revelar um babaca. Afinal, você pode dizer que
manda MP3 até para os passantes. E você ainda passa por pessoa
moderna, entendida em tecnologia. (Se bem que, no fundo, ainda
amamos a fitinha!)
Modo reunião
É uma coisa abençoada que
existe nos celulares. Ele fica desligado (quer dizer, não toca em cinemas ou reuniões propriamente
ditas), mas o número de quem te
ligou fica registradinho! Aí você
não fica noiada achando que uma
reunião mala vai destruir um belo
romance. Pena que não saibamos
programar nem aquela mensagem dizendo o nosso nome na
caixa postal.
O pretê de e-mail
Essa categoria de homens faz
um bem danado às nossas vidinhas. E eles não existiriam se o e-mail não tivesse sido inventado. É
aquele sujeito com quem você
não tem absolutamente nada,
mas troca palavras doces e desabafos quase diários. O bom é que
a gente pode ter vários pretês de
e-mail. Um não sabe do outro e a
gente nem fica culpada... E a gente
pode se sentir como a Meg naquele filme com o Tom. (É a Ryan e o
Hanks, é que achamos que eles
são nossos amigos íntimos).
Viva-voz
Quando aquele pretê blasé ligar,
você pode atender no viva-voz e
deixar o som meio alto, com um
CD ótimo. E pedir a seus amigos
que soltem umas gargalhadas simulando uma festa. Quando ele
perguntar quem está na sua casa,
responda apenas "uma turma". E
depois solte uma gargalhada, para ele deixar de ser blasé.
P.S.:
Pouco antes de fecharmos esta
coluna, recebemos a notícia horrível de que um brasileiro, nos
EUA, é acusado de assassinar
uma garota de 13 anos que ele conheceu na internet. E por que estamos dizendo isso? Porque não
correr riscos é tão fundamental
quanto beber capuccino!
Obs.:
Sobre a polêmica da feiúra de
Joey Ramone: sim, ele é incrível.
Mas, sim, ele é medonho. E uma
de nós disse que se casaria com
ele assim mesmo.
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