São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2001

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MÚSICA

SNZ volta com pop meloso

Gringos escrevem metade das músicas do novo CD do trio composto pelas filhas de Baby do Brazil

GUILHERME WERNECK

DA REPORTAGEM LOCAL

Gostando ou não, pode preparar seus ouvidos porque elas estão de volta. Mais pop do que nunca, Sarah Sheeva, 28, Zabelê, 26, e Nãna Shara, 24 -as filhas de Baby do Brasil e Pepeu Gomes que formam o SNZ- chegam ao segundo disco, usando músicas de autores de hits de Jennifer Lopez e Christina Aguilera.
Das 12 faixas do novo disco, "Sarahnãnazabelê", metade é de versões "inéditas" de músicas gringas. Segundo o trio, não se trata de uma jogada da gravadora para deixá-las ainda mais parecidas com as Spice Girls. Mas que parece, parece.
Segundo as meninas do SNZ, a autenticidade está no DNA delas e ninguém controla o repertório do trio. "Tínhamos um monte de composições próprias, mas recebemos várias músicas da Warner e gostamos de algumas, que têm a ver com o que curtimos agora", explicam. "Ao receber essas músicas, a gente se sentiu desafiada a fazer um trabalho com uma qualidade internacional, mas com o suingue brasileiro."
O toque do SNZ para tornar as faixas mais brasileiras aparece nas letras. "Tivemos de fazer adaptações porque as letras lá de fora são muito bobinhas. Nossas letras têm de passar uma mensagem. Se for uma história, precisa ter começo, meio e fim."
Mesmo com essas mudanças, não espere poesia nem nada de muito inovador. A maior parte das letras fica mesmo num romantismo fácil, ainda que as meninas digam que algumas delas são "moderninhas".
Todo esse amor gruda nos ouvidos com o primeiro rebento do novo CD, que já pode ser ouvido à exaustão nas rádios e na TV. Em parceria com o menino meloso Richard Lugo, o SNZ recauchutou a balada "Nothing"s Gonna Change My Love For You", gravada anteriormente por George Benson. "Com essa música, a gente conseguiu mostrar que o SNZ também faz baladas, além de hip hop, dance e rap."
Com o lançamento do novo disco, o SNZ quer preencher com suas vozes indistinguíveis um espaço na música brasileira que ainda estava vago.
"Não tem grupo pop no Brasil, e é bom ter um", dizem. "Música brasileira não precisa ser só de pagode, axé e funk."
Visual para emplacar elas têm. Todas coloridas, com bocões que certamente fazem inveja a Mick Jagger e Steven Tyler, elas são as próprias bonequinhas de desenho animado do encarte do disco, mas não assumem que o look tenha sido escolhido para vender banda.
"As pessoas acham que é marketing, mas a gente é assim, quase como uma animação", confessam. "Desde que éramos pequenas já gostavamos de estojo de maquiagem, de perucas, temos um instinto natural para gostar dessas coisas, isso também está no nosso DNA."



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