São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2001

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TECNO

Animações de festival podem ser vistas na internet, e tem gente que exagera no foguetório

ALEXANDRE VERSIGNASSI

DA REPORTAGEM LOCAL

Poucas coisas são mais propensas ao cabecismo que o mundinho da arte. Sinta só como o pessoal do Festival de Linguagem Eletrônica (em cartaz no MIS, em São Paulo) descreve o filminho "Mind Ficking Media" -um amontoado de animações coloridas, com música eletrônica ao fundo, exposto lá: "As cenas são pop-psicodélicas numa mistura de mística-sexo-combinatórica, onde o espectador pode interagir numa viagem em cenários fantásticos sob um som pop-soft-tecno". Ufa.
E o pior é que muito ovo também tem sido babado por parte da imprensa na hora de falar sobre os tais filmes do festival. Eles até ganharam um nome pomposo: "cinema interativo". Isso porque dá para assistir a eles na rede (há uma meia dúzia no site do evento, o www.file.org.br) e, em alguns casos, é possível escolher a ordem das cenas que for ver.
De fato, a coisa de os filmes deixarem brechas para que os internautas "construam" sequências é algo interativo. Só que de cinema isso não tem nada. Talvez a coisa esteja mais para uma forma evoluída de videoarte. E só.
Mas, de qualquer maneira, vale visitar o site do festival e outras páginas com animações semelhantes, como a www.xdude.com, que traz algo como contos em forma de videoclipe. Afinal, assistir à mistura de textos, sons e imagens que aparecem nesses trabalhos não deixa de ser uma experiência impossível de ter na hora de ler um livro, ouvir uma música ou assistir a um vídeo. Mas que isso está a anos-luz de tomar o lugar de qualquer uma dessas três coisas, está.
E-mail - aversignassi@uol.com.br



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