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TECNO
Animações de festival podem ser vistas na internet, e tem gente que exagera no foguetório
ALEXANDRE VERSIGNASSI
DA REPORTAGEM LOCAL
Poucas coisas são mais propensas ao
cabecismo que o mundinho da arte.
Sinta só como o pessoal do Festival de
Linguagem Eletrônica (em cartaz no
MIS, em São Paulo) descreve o filminho
"Mind Ficking Media" -um amontoado de animações coloridas, com música
eletrônica ao fundo, exposto lá: "As cenas são pop-psicodélicas numa mistura
de mística-sexo-combinatórica, onde o
espectador pode interagir numa viagem
em cenários fantásticos sob um som
pop-soft-tecno". Ufa.
E o pior é que muito ovo também tem
sido babado por parte da imprensa na
hora de falar sobre os tais filmes do festival. Eles até ganharam um nome pomposo: "cinema interativo". Isso porque
dá para assistir a eles na rede (há uma
meia dúzia no site do evento, o www.file.org.br) e, em alguns casos, é possível
escolher a ordem das cenas que for ver.
De fato, a coisa de os filmes deixarem
brechas para que os internautas "construam" sequências é algo interativo. Só
que de cinema isso não tem nada. Talvez
a coisa esteja mais para uma forma evoluída de videoarte. E só.
Mas, de qualquer maneira, vale visitar
o site do festival e outras páginas com
animações semelhantes, como a
www.xdude.com, que traz algo como
contos em forma de videoclipe. Afinal,
assistir à mistura de textos, sons e imagens que aparecem nesses trabalhos não
deixa de ser uma experiência impossível
de ter na hora de ler um livro, ouvir uma
música ou assistir a um vídeo. Mas que
isso está a anos-luz de tomar o lugar de
qualquer uma dessas três coisas, está.
E-mail - aversignassi@uol.com.br
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