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DE QUEM É A MÚSICA?
ENTENDA O AUÊ COM OS DIREITOS AUTORAIS
DE SÃO PAULO
Parado! Mão fora do mouse. Tudo o que baixar poderá ser usado contra você.
A lei brasileira ainda trata
quem faz download de música como criminoso.
Na prática, ninguém é
preso por isso. O Ministério
da Cultura, inclusive, vinha
trabalhando para flexibilizar o cerco à cultura digital.
Mas o debate desandou
desde que Ana de Hollanda,
irmã de Chico Buarque, virou ministra, em janeiro.
A reclamação é de ciberativistas como Daniela Silva,
do movimento Transparência Hacker. Para ela, a ministra "deu um passo atrás".
Com Ana, a reforma da
superrestritiva Lei dos Direitos Autorais empacou.
O que você tem a ver com
isso? Se já passou músicas
do CD para o iPod, tudo.
Idem se fez um podcast
ou criou um blog para postar músicas -mesmo sem
ganhar dinheiro com isso.
Pela lei, essas atividades
deveriam ser pagas. O cobrador é o Ecad, órgão que
protege os direitos autorais.
Até o YouTube entrou na
mira. Em 2010, o Google começou a pagar pela execução musical. "É controverso.
A maioria assiste aos vídeos
em casa, e não em lugar público", diz o colunista do Folhateen Ronaldo Lemos.
O gerente-executivo do
Ecad Mario Sérgio Campos
afirma que os músicos independentes saem ganhando.
"Se sua banda gravou uma
música e pôs no YouTube,
pode receber por isso." Mas
precisa integrar uma associação filiada ao órgão.
Para a galera da web, o
Ecad parou no tempo.
São "os novos criadores"
que estão a perigo, diz Lemos. "Quem cria de dentro
do quarto, faz remixes, versões. Sem falar na cena eletrônica da periferia, o tecnobrega, o funk carioca..."
(ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER)
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