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Bit, personagem criado pelo Itaulab, representa a evolução dos games retratada na exposição "Game o Quê?"

De "A Chegada do Trem", dos irmãos Lumière, aos roteiros e efeitos especiais de fazer cair o queixo exibidos nas telas hoje, o cinema passou de mera diversão à forma de arte mais popular que existe. Será que vai acontecer a mesma coisa com os videogames, que deixariam de ser só um passatempo para serem encarados como expressão artística? O professor Henry Jenkins, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), acredita que sim e compara os games ao cinema mudo, isto é, a uma linguagem de grande potencial que ainda está engatinhando -mas, mesmo assim, vai de tosqueiras divertidas como "Space Invaders" a maravilhas complexas da última geração como "Black and White" e "The Sims". São esses os caminhos que a exposição "Game o Quê?", exibida de graça no Itaú Cultural a partir de quarta-feira (30/7), pretende trilhar: o da evolução dos videogames e o do futuro que ela aponta. Há um ano, o Folhateen celebrou em uma reportagem de capa a exposição inglesa "Game On", que contava a história dos videogames e levava centenas de jogos a um centro cultural. Agora, é a vez de os brasileiros gamemaníacos entrarem na linha do tempo dos videogames (de preferência, de forma interativa) e experimentarem raridades e inovações.

Revolução dos bits
"Game o Quê?" é toda interativa. Traz 12 jogos representativos da evolução dos videogames em termos gráficos (referência quando o assunto é realidade virtual), sonoros (padrões que já fazem participações especiais em composições de música eletrônica) e de comportamento artificial (que, com a inteligência artificial, redefiniu ações e reações de personagens), além de mostrar o quanto essa linguagem compõe uma verdadeira cultura dos bits tão presente hoje. "A exposição vai além da casca dos games e mostra que eles têm consistência e uma linguagem própria que os torna uma mídia nova, diferente de todas as outras", explica Marcos Cuzziol, 41, gerente do Itaulab, o núcleo de mídias interativas do Itaú Cultural responsável pela curadoria da mostra. "Na exposição, mostraremos também outras possibilidades da linguagem dos games", adianta ele. Ele fala de duas obras desenvolvidas pelo Itaulab que mostram como a tecnologia aplicada aos games pode ser utilizada como ferramenta de educação e memória. "Imateriais" é uma delas. Em tempos de jogos em rede, "Imateriais" coloca vários participantes em contato dentro de um universo artificial. A outra obra é "Paulista 1919" (leia texto nesta página). Além da exposição, digamos, real, na sede do Itaú Cultural, haverá uma versão virtual on-line de "Game o Quê?" no site www.itaucultural.org.br.