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Balão
Da arte de produzir quadrinhos nonsense
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Confesso: nunca entendi lhufas das
HQs do Fábio Zimbres. Nem tantos
anos atrás, quando gastava todo o meu
dinheiro -está bom, a mesada paga pelo meu pai!- em quadrinhos importados da Marvel e da linha Vertigo, o cara
publicava uma tirinha bem das esquisitas nesta mesma Folha. Era sobre um cachorro, maldesenhado para burro, que
ficava sentado em frente a um copo vazio
de birita, filosofando coisas que, na época, eu não via graça nenhuma.
Mas Zimbres "era importante", foi editor da lendária "Animal", arrumou problemas com uma gauchada careta quando embarcou na polêmica -e sacana-
"Dundun", e, principalmente, ajudou a
idealizar o projeto Mini-Tonto, que publicou em edições pequenininhas alguns
dos maiores quadrinistas nacionais da
safra mais recente... E?
Semana passada, quando recebi a nova
edição da recomendadíssima revista
"Ragú", antologia de HQs heroicamente
editada no Recife (pede aí: revistara
gu@zipmail.com.br), alguma coisa
aconteceu. Zimbres estava lá, com a estrambólica "Primal e Tauba no Petróleo", de diálogos completamente non-sense e arte idem, e com "FOAM - O
Choque Entre a Grande Missão e a Vida
Cotidiana", colaboração com o pouco
convencional Jaca. Senhores, duas
obras-primas. Das histórias, continuei
não entendendo nada, é verdade. Mas sigo tentando e recomendo.
balao@folha.com.br
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