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A SEMANA
SHOW
Banda grava primeiro disco ao vivo e apresenta músicas inéditas em show único no Memorial da América Latina
Ira! celebra 20 anos de rock
GABRIEL GAIARSA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Acho que a maioria dos leitores do Folhateen nem
tinha nascido quando nós começamos", disse o
vocalista do Ira!, Nasi, no caminho para o estúdio onde
a banda faz os últimos acertos nas músicas antigas e dá
um tapa nas quatro canções inéditas que deve apresentar no show desta sexta-feira (1º/9). O show rola no Memorial da América Latina e será gravado e transformado no primeiro disco ao vivo da banda, o décimo da carreira, que deve ser lançado em novembro (consiga seu
ingresso no site www.usinadosom.com.br).
"Foi no Memorial que fizemos um dos melhores
shows da nossa carreira", lembra. "Foi em 1995, com o
Planet Hemp abrindo para nós. Estávamos voltando de
uma turnê pelo Japão, meio desanimados. Daí fizemos
aquele show, e as coisas voltaram a funcionar".
Nasi conhece Edgar Scandurra, o guitarrista da banda, considerado um dos melhores do Brasil, desde a
época do colégio. "O Edgar tinha uma banda chamada
Subúrbio, e éramos uns dos poucos do colégio que gostavam de punk. Ele me chamou para dar uma canja e
acabou rolando o Ira!", lembrando a época em que era
quase impossível encontrar um disco de punk na cidade. "Todo mundo achava punk barulhento demais."
A banda testou várias formações, inclusive com o titã
Charles Gavin nas baquetas, e só se acertou mesmo
anos depois. "Quando começamos, era bem mais difícil
encontrar bons músicos. Era assim: "você é meu amigo,
segura aí essa guitarra", mesmo se o cara não soubesse
tocar", diz Nasi, sobre as diferenças entre a geração dos
anos 80 e os roqueiros de hoje. "O legal da cena atual é
que existe uma mistura com ritmos brasileiros, como o
forró. Na minha época, só queríamos saber de rock puro. Mas os letristas da década de 80 eram melhores.
Acho que nós éramos mais politizados, achávamos que
poderíamos mudar o mundo", diz.
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