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A idéia é ficar "mal"
da Reportagem Local
"Na terceira vez em que tomei
passei "mal', fiquei desnorteado e
dei muita risada", diz G.U., 19, ao
se referir a sua experiência. Na gíria do usuário, "passar mal" significa o contrário, "passar bem".
Mal mesmo ele passou quando
tomou meio ácido sozinho em seu
apartamento. "Tive uma "bad trip'.
Fiquei conversando com a minha
imagem no espelho, e ela respondia. Não foi bom", conta.
A "bad trip" acontece quando o
usuário vive uma situação de pânico ou de extrema ansiedade e
quer se livrar da "viagem" o mais
breve possível. "O legal é tomar
com amigos em algum lugar divertido, como no campo, na praia,
em um clube ou em uma festa para
se prevenir da "viagem errada'."
Foi em uma rave (festas com
som tecno que acontecem nos
fins-de-semana em casas de campo ou de praia) que F.T., 18, tomou seu terceiro ácido, há três semanas. Nas raves, o consumo de
ácido se reveza com outra droga, o
ecstasy, dependendo do que há
disponível na hora.
"Pirei no telão que mostrava
imagens psicodélicas. Na pista de
dança as pessoas pareciam metalizadas", conta F.T., que tomou seu
primeiro aos 17 anos.
Com a mesma idade, M.G., 21,
teve sua primeira experiência lisérgica. Desde então, já tomou
mais de dez ácidos. "A "viagem'
mais forte foi a primeira, em São
Paulo. Minha prima mais velha arrumou um, e ficamos conversando a noite inteira em uma festa.
Pela manhã fomos ao parque Ibirapuera, onde ficamos até o
meio-dia." Dois dias depois, ela
diz que fumou maconha, o que
consome desde os 14, e em seguida
encarou um "flashback": "As cores mais fortes voltaram como se
eu estivesse "louca' de novo".
Mas se o mundo irreal criado pelo LSD parece uma maravilha, saiba que para quem passa por tratamento de dependência em uma
clínica as coisas são bem mais
reais. D.M., 18, tenta se livrar do
vício de cocaína, crack e maconha.
Consumiu LSD quatro vezes e não
recomenda a experiência. "Você
se fecha em um mundo muito pequeno. São só algumas gargalhadas que não levam a nada. A realidade é anestesiada, e você acaba se
perdendo como pessoa. O LSD seduz, mas quando você percebe o
que fez se sente um fantoche, um
merdinha ambulante."
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