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02 NEURÔNIO
Prozac para todos?!
JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO
Não estamos inventando, não! A Agência
Britânica do Meio Ambiente alertou: foi detectado um nível elevado de Prozac na água
de consumo doméstico do Reino Unido!
Sim, os britânicos estão tomando tantas
"pílulas da felicidade" que a substância do remédio está
sendo encontrada até nos rios da região. Uma espécie de
"Erin Brockovich" da modernidade.
Tudo isso por causa da depressão dos cidadãos da ilha.
Em 2001, houve 24 milhões de receitas médicas do Prozac. Há 10 anos, eram apenas 9 milhões. Ou seja: o povo se
deprimiu! Devem ser o "fog" e a família real inglesa. Pode
ser também culpa do Tony Blair ou uma confusão mental
causada pelo excesso de informação. Ter que decorar todas as linhas do metrô de Londres, por exemplo, já deve
ser um sofrimento! E imagina a confusão mental que dá
fazer parte do povo mais moderno do mundo.
Mas, infelizmente (ou felizmente), o Prozac na água
não causa nenhum efeito colateral nos outros britânicos
que não têm nada a ver com isso. Porque a substância fica
tão diluída com o tratamento das águas que o risco para a
saúde é mínimo. Mesmo que você more em Londres, nada ficará melhor depois daquele copo d'água matinal.
Só que nunca se sabe. Se a gente perceber que os britânicos estão mais bem-humorados, podemos até desconfiar: o Prozac da água da torneira está começando a fazer
efeito. E nós, que não sofremos de depressão do Primeiro
Mundo, vamos ter que assistir ao fim das canções de rock
melancólicas.
Carta aberta para Daiane dos Santos:
Cara Daiane,
Não fique triste com a pressão que todos devem estar
fazendo em cima de você. Ficar em quinto lugar na
Olimpíada já está ótimo. Lógico que todo mundo estava esperando uma medalha. Lógico
que a gente ficou torcendo obcecadamente
por você. Lógico que ficamos agourando as
outras atletas, pra ver se pelo menos você ficava com um bronze. Lógico que batemos
palma na hora em que aquela menina levou
um estabaco no chão. Não conseguimos ficar nem em décimo lugar nas olimpíadas
escolares. E sobrevivemos.
02neuronio@uol.com.br
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