São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2004

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02 NEURÔNIO

Prozac para todos?!

JÔ HALLACK
NINA LEMOS
RAQ AFFONSO


Não estamos inventando, não! A Agência Britânica do Meio Ambiente alertou: foi detectado um nível elevado de Prozac na água de consumo doméstico do Reino Unido! Sim, os britânicos estão tomando tantas "pílulas da felicidade" que a substância do remédio está sendo encontrada até nos rios da região. Uma espécie de "Erin Brockovich" da modernidade.
Tudo isso por causa da depressão dos cidadãos da ilha. Em 2001, houve 24 milhões de receitas médicas do Prozac. Há 10 anos, eram apenas 9 milhões. Ou seja: o povo se deprimiu! Devem ser o "fog" e a família real inglesa. Pode ser também culpa do Tony Blair ou uma confusão mental causada pelo excesso de informação. Ter que decorar todas as linhas do metrô de Londres, por exemplo, já deve ser um sofrimento! E imagina a confusão mental que dá fazer parte do povo mais moderno do mundo.
Mas, infelizmente (ou felizmente), o Prozac na água não causa nenhum efeito colateral nos outros britânicos que não têm nada a ver com isso. Porque a substância fica tão diluída com o tratamento das águas que o risco para a saúde é mínimo. Mesmo que você more em Londres, nada ficará melhor depois daquele copo d'água matinal.
Só que nunca se sabe. Se a gente perceber que os britânicos estão mais bem-humorados, podemos até desconfiar: o Prozac da água da torneira está começando a fazer efeito. E nós, que não sofremos de depressão do Primeiro Mundo, vamos ter que assistir ao fim das canções de rock melancólicas.
  Carta aberta para Daiane dos Santos:

Cara Daiane,
Não fique triste com a pressão que todos devem estar fazendo em cima de você. Ficar em quinto lugar na Olimpíada já está ótimo. Lógico que todo mundo estava esperando uma medalha. Lógico que a gente ficou torcendo obcecadamente por você. Lógico que ficamos agourando as outras atletas, pra ver se pelo menos você ficava com um bronze. Lógico que batemos palma na hora em que aquela menina levou um estabaco no chão. Não conseguimos ficar nem em décimo lugar nas olimpíadas escolares. E sobrevivemos.

02neuronio@uol.com.br

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