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VOCÊ É O CRONISTA
Divagações sobre quando ouvimos um "não"
FELIPE BONEL
ESPECIAL PARA A FOLHA
Se existe uma coisa realmente intrigante neste mundo, esta é, com certeza, a incapacidade humana de ouvir
a palavra "não".
A palavra "não" deprime,
fere, arrasa corações.
O homem é avesso ao
"não", o que é um equívoco!
Devíamos todos é parar para
refletir que, entre todos os
verbetes do dicionário, esse é
o menos ofensivo.
Nós, humanos, crescemos
com o "não". Ele não é nenhuma novidade: "Você não
vai à festa", "não vou ser
sua", "não, meu filho, você
não pode comer chocolate",
"não", "não" e "não"!
O que realmente angustia
a gente é o "talvez". Somos
seres tão estagnados, paralisados por imposições sociais, que passamos a ter medo de buscar aquela palavra
bela, agradável e milagrosa,
que tanto regozijo traz aos
nossos corações: "sim".
O fato é que o ser humano
tem medo de ouvir o que já
sabe. A reafirmação da verdade dói. Ou será que "não"?
FELIPE BONEL, 16, é estudante.
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