São Paulo, segunda-feira, 30 de agosto de 2010

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ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR - cby2k@uol.com.br

Um livro que você precisa muito ler

SÃO LINDOS. Ele tem consciência, ela, não. Ele, de família rica (mas não aristocrática). Ela, classe média do norte inglês. Acabam de se formar na faculdade.
Mal se conhecem, mas, na noite da formatura, ficam juntos. Ou quase.
É 15 de julho de 1988. Emma Morley e Dexter Mayhew nunca mais serão os mesmos.
Mesmo que eu usasse todas as linhas do Folhateen, não seria capaz de descrever como é excelente e o quanto adorei o romance "One Day", de David Nicholls, que terminei há poucos minutos, neste voo triste de Bogotá para São Paulo.
Ao longo de 20 anos, "One Day" registra o que acontece nas vidas de Dexter e Emma. Sempre na mesma data: 15 de julho.
Na universidade, Emma, intelectual, militava na política, queria mudar o mundo, escondia a beleza atrás de grandes óculos pretos distribuídos grátis pelo Serviço Nacional de Saúde (iguais aos do Morrissey nos Smiths).
Dexter pegava geral. Formou-se em antropologia sem saber por quê. Queria viajar, adiar ao máximo a vida adulta.
Ele vai para a Índia, a Tailândia, roda a Europa. Ela fica pela Inglaterra, se envolve com teatro, trabalha num restaurante mexicano nojento, vira uma professora primária.
Dexter se torna um famoso apresentador de TV e mergulha forte na balada. Emma continua apenas dando aulas.
Os anos passam, eles nunca perdem contato. Emma é desesperadamente apaixonada por Dexter. Ele a adora, mas pega tanta gente que o amor se dilui.
Sempre que um dos dois está muito feliz ou muito triste, pensa no outro, busca o outro. Na cena mais pungente, depois de eles passarem, pela primeira vez, dois anos sem se falar, Emma reencontra Dexter e confessa: "Nesse tempo em que a gente não se viu, não deixei de pensar em você nenhum dia. Nenhum". Dexter: "Comigo foi igual".
O livro termina no dia 15 de julho de 2007. Mas só no papel. Na memória do leitor, jamais vai se apagar. "One Day". Lindo, como Dex e Em.


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