Mostra que tem início em 15/4 reúne dois dos principais códigos do gênio italiano preservados desde o século 17, em Milão

DA REPORTAGEM LOCAL

Desde o lançamento do best-seller "O Código da Vinci", a trama rocambolesca criada pelo escritor Dan Brown intriga muita gente. Agora, uma exposição no Museu da Casa Brasileira pretende "desvendar os segredos dos códigos" do cientista e artista renascentista italiano.
Mas quem espera mais quebra-cabeças e teorias da conspiração envolvendo a igreja católica e Maria Madalena vai se surpreender.
"A idéia é mostrar os verdadeiros códigos criados por Leonardo da Vinci, que são, na verdade, tratados e estudos sobre assuntos muito variados. Da botânica à engenharia, tudo chamava a atenção dele e rendia ao menos algumas anotações", observa Ronaldo Padovani, organizador da exposição.

Dois códigos
Ao longo dos anos, grande parte do legado de Da Vinci se perdeu. A mostra que tem início no dia 15 de abril reúne dois dos principais códigos, preservados desde o século 17 na biblioteca Ambrosiana de Milão: o Atlântico -que ganhou esse nome por ser a maior coleção de anotações e desenhos sobre temas que vão da matemática à arte militar- e o do Vôo, com estudos sobre o vôo dos pássaros e o projeto de uma máquina voadora.
O material foi todo digitalizado, e os originais em italiano podem ser conferidos em computadores que trazem também reconstituições tridimensionais de 52 máquinas, pontes, fortificações e armamentos, além de 130 modelos criados a partir dos estudos sobre o vôo dos pássaros e um projeto urbanístico.
"Da Vinci era canhoto e escrevia de trás para a frente para não borrar o papel com o nanquim. Na mostra, é possível ver esses originais, em italiano, e também a versão em inglês", diz Padovani.
A mostra traz também dois modelos físicos: o pássaro mecânico, um boneco de madeira que reproduz todos os movimentos de um pássaro e era usado para estudar a influência do vento no vôo dos animais, e o automóvel robô, um carro movido a corda utilizado para entreter os duques de Milão.