São Paulo, sábado, 1 de dezembro de 2012

Ciência

Eu, robô

Em torneio de robótica, Sofia, 12, e outros 300 estudantes criam aparelhos para ajudar idosos

ANDRÉA LEMOS
DE SÃO PAULO

Num sítio há 21 bichos, entre patos e cachorros. Sendo 54 o total de pés/patas, calcule o número de patos e o de cachorros. Tem gente que passa longe desse tipo de desafio (são 15 patos e seis cachorros), mas Sofia Santi, 12, não se assusta. Ao contrário, gosta de matemática e de quebrar a cabeça com questões de lógica, como essa. Foi por isso -e porque adora juntar pecinhas para formar objetos- que se interessou pelas aulas de robótica da escola.
Nessas aulas, os alunos usam diferentes peças e ferramentas para criar robôs. E um robô não é necessariamente como o de filmes, com cara de gente. A palavra robô quer dizer uma máquina capaz de se movimentar. Pode ser um carrinho até.
Hoje e amanhã, Sofia e cerca de 300 estudantes de São Paulo colocarão suas ideias e seus robôs à prova em um campeonato de robótica, o First Lego League (FLL), no colégio Santa Amália, no Jabaquara (SP).
O torneio é um dos tantos realizados no Brasil com a intenção de estimular o gosto pela ciência e pela tecnologia. Neste ano, a equipe Idroid, da qual Sofia faz parte, já esteve no 6º Grande Desafio da Unicamp e na Olimpíada Brasileira de Robótica. No primeiro, criou um projeto para despoluir um lago e levou o prêmio de criatividade. No segundo, Sofia e colegas responderam a dez perguntas sobre robótica. Acertou todas e ficou em primeiro lugar, ao lado de outros estudantes.

ANTENA LIGADA
O First Lego League tem duas etapas: pesquisa, iniciada há dois meses, e prática, que começa hoje. O tema da pesquisa neste ano é a terceira idade. Sofia diz: "Em um asilo, perguntamos a idosos quais são suas principais dificuldades". A partir daí, a turma criou um aparelho que avisa os horários em que eles devem tomar remédios.

CARRINHO ROBÓTICO

Tem dois motores para girar as rodas e outro para diferentes movimentos, como lançar peças e pegar objetos com um braço
Tem sensores de luz que identificam linhas no chão e, a partir delas, fazem o carro mudar de a direção

NA AULA DE ROBÓTICA

- Tudo começa com um problema. O que pode melhorar na escola, no bairro ou na cidade? As aulas envolvem, assim, uma parte de pesquisa e de busca de soluções; o robô deve servir a isso

- Pensa-se no material mais adequado para a construção do robô e na maneira como ele deve funcionar

- Depois vem a parte prática, de montagem das peças

- Alunos aprendem a programar no computador como o robô deve funcionar. O robô tem uma placa que se liga ao computador para receber a programação

- Depois ele vai funcionar sozinho, de acordo com o que foi programado

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