São Paulo, sábado, 5 de janeiro de 2013

CAFUNÉ

Micos queridos

CLARICE REICHSTUL
COLUNISTA DA FOLHA

Aqui em Imbassaí, o tempo parece não passar. Talvez seja o calor que faça os relógios andarem mais lerdos, talvez isso aconteça porque aqui na Bahia não tem horário de verão.
Hoje de manhã fomos acordados pelo berro de um pavão que vive solto por aí. Diz a lenda que, de vez em quando, um bando de micos passa pela casa. Mas, por enquanto, nada... para tristeza de Benjamim.
Até inventaram uma música para chamar os micos: "Apareçam micos queridos, apareçam micos queridos, nós queremos ver vocês pularem, nós queremos ver vocês dançarem, nós queremos ver vocês darem... um soco no coco!" É possível que os micos não tenham gostado nem um pouco da música e resolveram não aparecer como retaliação. Vai saber...
Passamos o dia na praia com inúmeras tarefas: furar onda, mergulhar, construir castelo de areia, comer queijo coalho na brasa, descansar na sombra, passar de novo o protetor solar, correr atrás da bola, jogar frescobol. A volta para casa é lenta, estão todos cansados e com fome. Hora de banho e "almojanta", porque, por aqui, não dá tempo de ter almoço e jantar.
A máquina de raspadinha funciona a todo vapor e alivia o calor que ferve nossas cucas mesmo de noite. A brisa gostosa que vem do mar também ajuda. As bocas começam a abrir em bocejos preguiçosos, está quase na hora de ouvir história e ir dormir, para amanhã começar tudo de novo!

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