São Paulo, sábado, 8 de outubro de 2011

Passado

Encontro com a memória

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, diz como brincava na infância

MÔNICA RODRIGUES DA COSTA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Pelé foi um menino levado e amigo de todo mundo. Ele contou à Folhinha que era divertido viver no século passado, em Três Corações (MG) e depois em Bauru (SP), sem TV e sem internet.
Adivinhe qual era o brinquedo favorito dele? Claro que era a bola! Além de álbuns de figurinha e gibis dos heróis Tarzan e Flash Gordon.
Adorava jogar pelada na rua e quebrava vidraças. Os pais tinham um trabalhão para pedir desculpas aos vizinhos e consertar os estragos.
Pelé se zangava com o irmão, Jair (conhecido como Zoca), porque ele sempre ganhava no jogo de botão. Apesar das brigas, eram amigos e adoravam colher jabuticabas.
Com tantas travessuras, a irmã mais nova, Maria Lucia, passou a ser a protegida da família. "Minha mãe, Celeste, era mais severa que meu pai. A última palavra sempre foi da minha mãe", contou.
Quando Pelé tinha uns seis anos, a vida ficou difícil porque seu pai, Dondinho, fraturou um joelho e parou de jogar futebol temporariamente. "Passamos dificuldades financeiras, e eu, para ajudar a família, fui engraxar sapatos. Mas graças a Deus nunca passamos fome."

MÔNICA RODRIGUES DA COSTA é jornalista e poeta, autora de "O que (se) Passa" (Iluminuras).

ALEGRIA
Pelé nasceu um ano após o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, que durou até 1945. O planeta ainda viveu outras guerras terríveis, como a do Vietnã. Mas Pelé deu alegria à humanidade, com seu futebol-arte.

No meu tempo era assim...
As crianças do tempo de Pelé contam como eram as brincadeiras e o dia a dia naquela época.

"O brinquedo preferido era a bola. O bairro onde morava tinha um amplo espaço para brincar. Não precisava avisar meus pais que ia descer. Era livre."
TOSTÃO, 64, jogador de futebol

"Na rua ou no quintal, eu brincava de estátua, amarelinha... Ouvia histórias que a minha pajem [babá]contava para a meninada. No dia em que ela faltou, comecei a inventar histórias."
LYGIA FAGUNDES TELLES, escritora

"Eu brincava com meus amigos sempre na rua, não era perigoso. O brinquedo preferido era bola de futebol."
DIDI, RENATO ARAGÃO, 76, ator da tv

Ídolos

Se hoje você gosta de rock, nos anos 60 não era diferente. Tostão contou que, na adolescência, ele admirava a banda The Beatles e o cantor Elvis Presley.

Cinema

Didi gostava das palhaçadas do ator Charles Chaplin, que aparece em filmes como "O Garoto" e "Tempos Modernos".

Notícias

Didi contou que a notícia que mais marcou a sua infância foi o começo da Segunda Guerra Mundial. Ela aconteceu por vários motivos, mas também porque entraram em conflito vários tipos de sistema para governar.

Escola

Na lancheira, a escritora Lygia levava uma guloseima muito especial: pão com manteiga coberta de açúcar! "Gostava também de pirulitos", diz.

Cabeceira

Nos gibis, as trapalhadas de Bolinha e Luluzinha divertiam as crianças. A revista "Tico-Tico" trazia muita informação. E até em revistas de farmácia tinha histórias de Monteiro Lobato para ler, conta Lygia.

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