São Paulo, sábado, 28 de julho de 2012

Cafuné

Turma da correria

CLARICE REICHSTUL
COLUNISTA DA FOLHA

É sempre menino pega menina. Até agora os meninos não toparam inverter o jogo e correr das meninas.

Rafaela, Gabriel, Ana Clara, Vinícius, Giovana e Benjamim têm entre 4 e 12 anos -uns moram na roça, outros moram na cidade pequena e outros ainda moram na cidade grande. As diferenças de sotaques, de costumes e de referências se dissolvem na guerra de almofadas e na hora de quebrar nozes para fazer bolo, mas voltam quando eles vão lá fora catar castanhas.

Rafaela e Gabriel são os primeiros e únicos a subir na árvore para balançar as castanhas lá de cima, enquanto os outros jogam paus e pedras, tentando acertar as que ficam nas pontas dos galhos. Até um acertar o outro ou uma galinha na cabeça, está valendo.

Ana Clara sumiu! Bom, da vista dos meninos sumiu mesmo, mas ela está escondida atrás da moita de erva cidreira, lá no morro, vendo tudo de longe.

Vinícius toca o sino da casa, não pode tocar mais de duas vezes, hein? Já é a minha vez e eu também quero tocar! Ai, como esse sino é alto. Volta a correr, agora é pega-pega e está com o Gabriel. Tem uns gaiatos que se escondem para recuperar o fôlego enquanto os meninos correm.

Depois da correria, a turma sossega e as diferenças de idade e lugar voltam a aparecer na conversa da música preferida, em quem sabe ler ou não, nas comidas que gostam... Mas agora não dá tempo para esse papo, porque a gente vai jogar bola lá na frente da casa!


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