São Paulo, sábado, 30 de março de 2013

'Plantei bananeira de madrugada na Índia'

BRUNO MOLINERO
DE SÃO PAULO

Os sinos do templo começavam a tocar de madrugada, pontualmente às 3h. Era o sinal para que todos saíssem das camas e descessem para participar das cerimônias da manhã.
Quando escutava aquele barulho, eu só conseguia pensar em uma pergunta: "Por que fui inventar de fazer aulas de ioga na Índia?"

Estava em Rishikesh, cidade perto das montanhas do Himalaia, e morria de sono. Tinha vontade de comentar com alguém: "Isso bem que poderia começar mais tarde, hein?" Mas não podíamos conversar. Precisávamos ficar em silêncio até o fim dos rituais.

A aula de ioga era a última parte. E era a melhor. Um professor ensinava posições e exercícios de respiração da hatha ioga. Em poucos dias, consegui até plantar bananeira.
Claro que os músculos doíam e a roupa pingava suor. Mas, no fim, eu me sentava para ver o sol nascer atrás das montanhas. Era tão bonito, e meu corpo estava tão relaxado, que o mau humor da madrugada desaparecia. Por que fui inventar de fazer ioga na Índia? Porque valia a pena.


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online.