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ATUALIDADES
Espanha e Marrocos discutem o status de Perejil
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Um penhasco de aproximadamente 300 metros de comprimento próximo à costa marroquina tem causado sérias dificuldades nas relações entre a Espanha e o Marrocos. No início de julho, soldados marroquinos invadiram a ilha e hastearam uma bandeira de seu país. Dias depois,
militares espanhóis retomaram o
controle da pequena possessão.
Autoridades dos dois países se
encontraram em Rabat (capital
do Marrocos) para restabelecer o
status da ilha Perejil -que permanece espanhola, mas como
uma zona desmilitarizada.
Mais que Perejil, os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla em solo marroquino são o centro da
questão. Essas cidades portuárias
fazem parte da Espanha desde o
século 15. Contudo, desde os anos
60, o Marrocos reclama a soberania dos territórios. O então monarca marroquino, rei Hassan 2º,
sugeriu ao rei Juan Carlos a formação de uma comissão para estudar uma solução diplomática
para as questões que "perturbam"
as relações entre os dois países.
Um crescente movimento nos
meios políticos marroquinos defende que a crise atual deve servir
para reabrir o debate sobre a "presença colonial" espanhola no
Marrocos. Madri nega-se a discutir a questão e insiste no caráter
histórico da presença na região.
Situação semelhante enfrenta a
Espanha em relação a Gibraltar,
que está em poder da Grã-Bretanha desde a assinatura do acordo
de Utrecht, em 1714. Os espanhóis
tentam reassumir o controle político dessa região estratégica, que
controla o tráfego marítimo entre
o Mediterrâneo e o Atlântico.
Quanto à Perejil, além da disputa entre os países, surge agora
uma nova postulante. Uma pastora ameaça processar os militares
espanhóis pela morte de dez cabras de seu rebanho. E, segundo
ela, o penhasco em disputa não
pertence nem ao rei Mohamed,
do Marrocos, nem à Espanha.
"Essa ilha é minha", reage.
Roberto Candelori é coordenador da Cia de Ética, professor da Escola Móbile e do Objetivo
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