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CARREIRA
Foco do zootecnista é o bem-estar dos animais
Entre as funções do profissional estão a nutrição e a ambientação
Joel Silva/Folha Imagem
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Henrique Tavares cuida da dieta dos cerca de 4.000 animais da Fundação Parque Zoológico
DANIELA MERCIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Acompanhar toda a cadeia
produtiva do animal, desde a
reprodução até o seu aproveitamento pelo homem, é o principal eixo de trabalho do zootecnista. A preocupação com o desenvolvimento sustentável e a
preservação das espécies tem
ampliado os campos de atuação
desse profissional, que tem como função básica a promoção
do bem-estar dos bichos.
"Trabalhamos com planejamento, implantação e gestão da
produção animal. Em qualquer
lugar com animais de interesse
econômico ou de preservação,
é necessária a atuação do zootecnista", afirma o professor
Walter Motta Ferreira, presidente da ABZ (Associação Brasileira de Zootecnistas).
Diferentemente do veterinário, mais voltado para a cura de
enfermidades, o zootecnista
atua na saúde dos bichos durante todo o seu ciclo de vida. É
ele o responsável pela nutrição
e a ambientação do animal.
Outra atuação de destaque
do profissional é o desenvolvimento e a aplicação de técnicas
de reprodução e melhoramento genético. "É como sempre
brincamos: "Criado por Deus e
melhorado pelo zootecnista'",
diz Reges Heinrichs, coordenador do curso na Unesp de Dracena (634 km de SP).
Essa diversidade de atuação
foi uma surpresa para o estudante Paulo Ramos, 23, atualmente no último semestre do
curso. No ano do vestibular, ele
tinha interesse em trabalhar
com nutrição animal e achava
que essa era uma função da veterinária -curso em que tentou entrar quatro vezes antes
de passar em zootecnia.
"Só na faculdade descobri
que estava no lugar certo", diz.
Durante o curso, outra área
despertou a sua curiosidade.
"Quero trabalhar com pesquisa", afirma Ramos, que estuda a
técnica para desenvolver a reprodução do preá, uma espécie
de roedor silvestre.
Formado há sete anos, o zootecnista Henrique Tavares, 32,
é responsável pela dieta dos
cerca de 4.000 animais da Fundação Parque Zoológico de SP.
O local tem uma fábrica própria
de rações -e tudo é controlado
por ele. "A alimentação balanceada aumenta a longevidade
dos animais e isso ajuda na preservação", afirma.
No Brasil, o número de profissionais é considerado pequeno para a demanda -cerca de
5.000 pessoas se formam por
ano nos 104 cursos de graduação, segundo a ABZ.
Em São Paulo, a carreira é
ofertada por oito instituições,
todas no interior. Na Unesp, o
curso está presente em Botucatu, Jaboticabal, Ilha Solteira e
Dracena. A USP ministra o curso em Pirassununga -no último vestibular, a concorrência
foi de 6,4 candidatos por vaga.
"É uma área em franca expansão, mas com poucos profissionais. Quase todos os alunos já saem empregados", diz
Heinrichs, da Unesp.
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