São Paulo, terça-feira, 04 de setembro de 2007
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CARREIRA

Trabalho intenso recheia cardápio

Profissional de gastronomia encontra ramo diversificado, que vai de restaurante a consultoria

Caio Guatelli/Folha Imagem
As chefs Carolina Brandão e Carla Pernambuco em atividade no restaurante Carlota, em São Paulo


DANIELA ARRAIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na hora do almoço ou do jantar, aos sábados e domingos, em feriados e datas festivas. Quem escolhe o ramo da gastronomia precisa ter em mente que horários sacrificados fazem parte da rotina, em prol do único objetivo de servir bem.
O profissional formado em gastronomia encontra trabalho em diversos campos de atuação, com restaurantes, bufês, resorts, empresas de serviço alimentício, assessorias e consultorias, além de "catering" - empresas que fornecem refeições para companhias aéreas e hospitais, por exemplo.
A formação é obtida em cursos de bacharelado ou tecnólogo. De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), vinculado ao Ministério da Educação, 25 instituições oferecem bacharelado.
"A maioria dos alunos que procuram o curso estão atrás de sua grande paixão. Buscam uma profissão nova, não-tradicional, mas que, por outro lado, tem uma boa inserção no mercado de trabalho", afirma Ingrid Schmidt-Hebbel, coordenadora do curso do Senac -a instituição oferece o curso em três campi, localizados em Águas de São Pedro, Campos do Jordão e São Paulo.
A grade curricular dos cursos de gastronomia contemplam disciplinas teóricas e práticas. Os alunos aprendem desde o manuseio de facas até tipos de corte de carne, passando por aulas de sociologia, história da gastronomia e enologia.
"O curso também aborda gestão, contabilidade e planejamento de cardápio, por exemplo. Os alunos têm aulas de cozinha brasileira, francesa, das Américas", diz Rosa Moraes, coordenadora do curso da Anhembi Morumbi.
"Formamos um tecnólogo em gastronomia, que sai do curso apto a trabalhar como gestor, cozinheiro. Para virar chef, só depois de muito estudo. Assim como o advogado tem que prestar OAB [exame da Ordem dos Advogados do Brasil] e médico, fazer residência, o chef precisa de experiência."
Para Denys Philodimos, 19, aluno da Universidade Metodista, as disciplinas que mais chamam a atenção são as práticas. "Aprendemos de confeitaria à cozinha internacional." Um requisito para os alunos é que eles façam um kit com materiais de uso constante, como facas, espátulas e descascador de legumes.
Fabíola Nogueira, 29, cozinhava bastante para amigos, até resolver fazer gastronomia. "O curso é muito ativo, você produz o tempo todo e vê o resultado na hora." Para ela, que já está empregada em uma importadora de vinhos, o mercado está "excelente". "Cada vez mais as pessoas curtem ir a um bom restaurante, pagar por uma comida de qualidade."
A inserção dos formandos no mercado é automática, na opinião de Marcelo Bergamo, professor e coordenador do curso da Metodista. "Os alunos não têm dificuldade em conseguir se alocar em restaurantes depois de formado. Muitos estão abrindo bufê, trabalhando em eventos", afirma.
Carolina Tikerpe, 19, começou a traçar o futuro profissional na faculdade. "Ganhei dois concursos promovidos pelo Senac. Em abril, vou estudar na Suíça, fazendo curso e estágio remunerado", diz a estudante.


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