São Paulo, terça-feira, 04 de dezembro de 2007
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DIFERENTE

Provas do Sul têm singularidades

Vestibular da federal de Santa Catarina traz questões sobre geografia e história regionais

Danilo Verpa/Folha Imagem
Camila Otsuka, que irá prestar o vestibular da UFSC para o curso de engenharia ambiental

FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para alguns vestibulares, não basta saber de cor reações químicas ou colocação pronominal, exemplos de matérias estudadas no ensino médio. É preciso conhecer também características geográficas e históricas específicas do local onde está localizada a universidade para se sair bem. Na lista de leitura obrigatória, podem figurar títulos menos conhecidos nacionalmente e, muitas vezes, de autoria de um conterrâneo.
Processos seletivos com esse perfil são mais comuns na região Sul do país, que também apresentam peculiaridades no formato da prova, como a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Alguns exames também têm provas específicas de filosofia e sociologia na segunda fase do processo seletivo, como a UEL (Universidade Estadual de Londrina) e a UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Ponto de partida
Ler atentamente no manual do candidato o programa pedido e fazer provas anteriores, que estão disponíveis nos sites da maioria das instituições, são somente um ponto de partida.
"É preciso realmente se habituar com o formato de prova para não perder tempo no dia do exame", afirma Alberto Bento Augusto, professor de literatura do cursinho Etapa. "As principais instituições públicas paulistas pedem somente cânones da literatura. O aluno de São Paulo que for prestar em outros Estados deve ficar atento à lista de leitura. Muitos livros foram inclusive difíceis de encontrar para comprar aqui na capital paulista."
"O programa dos vestibulares dificulta para os alunos de fora. É uma maneira de dar prioridade para o estudante da região", avalia Alberto Francisco do Nascimento, coordenador de vestibular do Anglo.
"Nosso sistema é bastante diferenciado", afirma Edemir Costa, presidente da Coperve (Comissão Permanente do Vestibular) da UFSC, que realizará o processo seletivo, de uma única fase, nos próximos dias 9, 10 e 11.
Conteúdo relacionado ao Estado de Santa Catarina costuma ser cobrado no vestibular. "Não existe essa obrigatoriedade, mas costumamos pedir algo sobre o Estado como uma forma de valorizá-lo", diz Costa.
Outra peculiaridade é que, em vez de testes com uma única alternativa correta, a prova, em cada um dos dias, tem dez questões com até sete proposições múltiplas (numeradas da seguinte maneira 1, 2, 4, 8, 16, 32 e 64) e mais de uma é verdadeira (veja quadro na página ao lado). O candidato deve observar quais estão corretas e somar o valor atribuído a cada uma delas. A somatória é marcada no cartão-resposta.
O vestibulando acostumado com o sistema de múltipla escolha pode se confundir, já que é possível ter pontuação parcial na questão.
"O teste é mais passível de ter chutes. Da maneira como fazemos, cada alternativa exige conhecimento maior sobre o assunto", afirma Costa. Além disso, cada resposta errada anula uma certa. Há também uma questão interdisciplinar por dia de prova e uma redação.

Cotas
A federal de Santa Catarina passa a adotar o sistema de cotas a partir deste vestibular.
Até 20% das vagas serão destinadas para alunos que tiverem feito todo o ensino fundamental e o médio na rede pública e 10% para negros, com prioridade para quem vem de escola pública. Serão ainda oferecidas cinco vagas extras para índios.
Candidatos têm mais três novas opções de cursos: artes cênicas, oceanografia e zootecnia.


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