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Quando chega a hora do filho, até professor de cursinho fica ansioso
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar dos 30 anos de experiência como professor de cursinho, Juca Vieira, 55, afirma que,
quando se trata de seus filhos, a
ansiedade é igual à de todos os
pais. "Não adianta, por mais que
eu saiba como é, eu fico nervoso."
Foi assim com a filha mais velha, Paula, 19, que cursa enfermagem. Assim está sendo com Rodrigo, 17, que prestará vestibular
no fim do ano. "E certamente ficarei nervoso quando chegar a vez
da caçula, Vanessa, que está com
16 anos", diz. A adolescente, que
pretende cursar veterinária, ganhou do pai um pônei. "É para ela
se familiarizar com a profissão."
A experiência ajuda, segundo
ele, no sentido de não deixá-lo
transferir a sua ansiedade para os
filhos. "Procuro palpitar o menos
possível sobre a escolha da carreira. Apenas oriento em relação à
prova e dou a retaguarda emocional de que eles precisam."
"Meu pai é muito tranqüilo. Se
ele fica ansioso, não passa para
mim. Não faz pressão. Ele me ajuda muito a estudar e também
quando pergunto coisas relacionadas a profissões. Sei que quero
algo na área de biológicas, mas
não me decidi por uma profissão
ainda", afirma Rodrigo.
Um pouco mais complicada foi
a escolha da carreira de André
Luiz Vieceli, 20. Não para ele, que
desde o primeiro ano do ensino
médio já havia se decidido pela
área de audiovisual. Mas o pai, o
bancário Moacir Vieceli, 52, se diz
preocupado com o mercado de
trabalho que o filho terá. "A carreira que o André escolheu é muito nova, por isso me perturba um
pouco ele ter se restringido a apenas uma opção. Estou tentando
convencê-lo a abrir um pouco
mais o leque", afirma.
Para André, no entanto, a maior
abertura possível é prestar também rádio e TV, para, depois de
formado, fazer um curso de cinema. "Essa é a área da qual gosto e
com a qual me identifico desde o
colégio. Entendo a preocupação
do meu pai. Ele tem receio do
mercado de trabalho", diz. "Mas,
apesar disso, não me pressiona. A
maior pressão que sinto agora é a
minha, pois já estou com 20 anos
e é a segunda vez que faço cursinho. Sei que estou atrasado e isso
me deixa ansioso."
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