São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2004
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ATUALIDADES

O Sri Lanka e o separatismo tâmil

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

O conflito entre os cingaleses do Sri Lanka e a minoria tâmil aparece de tempos em tempos no noticiário. Recentemente, uma crise entre o premiê Ranil Wickremesinghe e a presidente Chandrika Kumaratunga resultou na paralisação do diálogo entre o governo e o grupo separatista Exército de Libertação dos Tigres do Tamil Eelam (LTTE).
Antigo Ceilão, o Sri Lanka é uma ilha localizada no oceano Índico, perto do sul da Índia, com uma população estimada em 19 milhões. Os cingaleses (budistas) representam 74%, enquanto os tâmeis (hindus) se aproximam dos 16% da população.
Membro da Comunidade Britânica de Nações, o Sri Lanka obteve a independência em 1948, depois de passar pelo domínio de portugueses, de holandeses e de britânicos. Nos anos 50, o cingalês passou a ser o idioma nacional, com a aprovação da Lei da Língua Oficial. Discriminatória, essa lei impedia o acesso da minoria tâmil ao funcionalismo público e à educação superior e resultou numa crescente onda de violência.
Na década de 70, surgiu a Frente Tâmil Unida pela Libertação (FTUL), disposta a lutar politicamente pela criação de um Estado Tâmil independente. Mas a intensificação da violência e dos atentados contra membros do governo comandados pelos rebeldes do LTTE, conhecidos como Tigres do Tâmil, obrigou as autoridades a declararem a ilegalidade do grupo e a radicalizarem a luta contra o terror com a aprovação da Lei da Prevenção ao Terrorismo. Desde 1983, o país enfrenta uma sangrenta guerra civil, que já matou mais de 60 mil pessoas.
Sob a coordenação da Noruega, foi assinado em fevereiro de 2002 um acordo de cessar-fogo. Prosseguem as negociações entre o governo e os rebeldes do LTTE, que querem, ao menos, a ampliação da autonomia da minoria tâmil.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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