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3º ANO E CURSINHO
OPÇÃO PELA DUPLA JORNADA DIMINUI O TEMPO DE ESTUDO EM CASA E DIFICULTA FAZER OUTRAS ATIVIDADES
Aluno deve pesar se preparação mais rápida compensa rotina estressante
ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Assistir a 12 ou 13 aulas por dia.
Acordar às 5h30, só chegar em
casa depois das 19h e ainda ter de
estudar conteúdos diversos para
objetivos diferentes. A rotina de
quem opta por fazer cursinho enquanto está no terceiro ano do ensino médio é pesada. Antes de
matricular-se, o vestibulando deve pesar se o esforço vale a pena.
Para se decidir, o estudante deve
levar em conta o quanto está disposto a abrir mão de algumas atividades e o quanto realmente
quer entrar em um curso disputado. "O jovem tem uma capacidade grande de fazer várias coisas,
mas tem de haver interesse. Se for
fazer cursinho e colégio ao mesmo tempo porque o pai quer, é
complicado", disse Carlos Eduardo Bindi, coordenador do Etapa.
Segundo ele, ao optar pela dupla
jornada, o vestibulando provavelmente não terá mais tempo para
outras atividades diárias. Foi o
que aconteceu com Patrícia Fernandes Audi, 17, que teve de
abandonar as aulas de inglês e a
academia de ginástica. Quando
chega a sua casa à noite, ela muitas vezes não agüenta estudar.
"Sinto que isso faz falta. Tem uma
matéria ou outra que depois tira
pontos nos simulados", disse ela,
que pretende cursar medicina.
Estudar em casa, entretanto, é
fundamental, segundo coordenadores de cursinho. "Dois períodos
de aula é algo desgastante, mas o
ideal é estudar no terceiro período", disse Antonio Mario Salles,
coordenador do Objetivo.
Por esse motivo, Luiz Eduardo
Vicentin, 19, optou por não fazer
cursinho quando estava no colégio. "O bom de aprender é estudando, não só assistindo aula. Sei
que não teria tido tempo para estudar em casa, então preferi não
fazer cursinho", disse ele.
Sua amiga Vanessa Silva Suller
Garcia, 17, também optou por fazer apenas o ensino médio. "Meu
colégio era muito puxado. Teria
tido problemas para tirar notas se
fizesse as duas coisas", disse ela.
Já Alexandre Rodrigues, 16,
acha que está valendo a pena estudar de manhã e à tarde. "As aulas
do cursinho ajudam a entender as
matérias do colégio", disse ele,
que considera a pressão para ser
aprovado neste ano menor.
Outra vantagem, segundo Ernesto Birner, coordenado do Anglo, é recordar as matérias enquanto elas ainda estão "frescas"
na memória, além de fornecer
uma base melhor para o ano seguinte, caso não seja aprovado.
Com o segundo ano
Para ter uma base melhor, Mariane Yacoub, 16, matriculou-se
no meio do ano passado em um
cursinho, mesmo ainda estando
no segundo ano do ensino médio
e não podendo cursar a faculdade
caso fosse aprovada. Acabou ficando apenas duas semanas.
"Estava muito cedo ainda. Percebi que não entendia nada e não
prestava atenção às aulas. Até teria uma base melhor se tivesse
continuado, mas não tenho tanta
pressa assim para entrar na faculdade", disse ela, que está no terceiro ano e hoje faz cursinho.
Já Nathalia Maluf, 17, também
entrou no cursinho no segundo
ano do ensino médio em 2002,
mas seguiu até o final. "Acho que
valeu a pena. Toda a matéria que
aprendi no cursinho eu estou
usando no colégio. Quando o
professor explica a matéria, eu já
conheço o assunto", disse ela, que
pretende cursar medicina.
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