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GEOGRAFIA
O IBGE e os Estados do Brasil
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Aprendi, na década de 60, que o
Estado de São Paulo fazia parte
da região Sul. Minas estava na região Leste, assim como a Bahia, o
Rio, o Espírito Santo e Sergipe.
Certo dia, um professor, já na
década de 70, disse que São Paulo
estava no Sudeste, bem como o
Espírito Santo, o Rio de Janeiro e
Minas Gerais. Fiquei chocado. Os
Estados mudaram de posição e eu
nem havia percebido.
Algum tempo depois, mais
crescidinho, ouvi dizer que o responsável por tamanha "agressão"
foi um tal de IBGE, e só bem mais
tarde descobri o que a sigla significava e que os Estados não se haviam movimentado. O Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística tem entre suas atribuições elaborar as divisões regionais do território brasileiro. Elas são feitas
com diversos níveis de abrangência, e as cinco maiores são chamadas de macrorregiões.
A finalidade básica dessas divisões é viabilizar a agregação e a divulgação de dados estatísticos sobre os mais variados temas, como
população residente, produção
econômica e saúde.
A divisão atual, com cinco grandes regiões, foi criada em 1970 e
sofreu algumas adaptações. Uma
delas ocorreu em 1977, quando o
Centro-Oeste passou a ter mais
um Estado, resultante do desmembramento de Mato Grosso,
que se chamou Mato Grosso do
Sul. As últimas ocorreram na
Constituição de 1988, como a criação do Estado do Tocantins, que,
desmembrado de Goiás, passou a
integrar a região Norte.
Há uma dinâmica no processo
de regionalização. A divisão vigente reflete mudanças decorrentes do processo de industrialização das décadas de 50 e 60, que se
caracterizou por concentrar a infra-estrutura e os meios de produção nos Estados de São Paulo, Rio
de Janeiro e Minas Gerais, delineando a região Sudeste, que acaba agregando o Espírito Santo por
conta de sua estrutura portuária e
posição geográfica.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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