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DOCE LAR
Moradias estudantis vão do estilo moderno à completa degradação
Públicas de SP oferecem moradia a alunos de baixa renda
Alex Almeida/Folha Imagem
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Estudantes da Unesp dividem moradia perto do campus na capital
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO
Cada um tem a sua prateleira
na geladeira, a bronca pela bagunça não vem mais da mãe e
há lista de tarefas. Essa é a realidade de muitos vestibulandos,
para os quais ingressar na universidade significa também
passar a dividir uma casa com
estranhos. E a vida em comunidade, seja em república ou moradia estudantil da própria instituição, exige o cumprimento
de regras para funcionar bem.
Antes disso, porém, há uma
dificuldade inicial para o calouro, em geral inexperiente na
nova cidade, que é encontrar
um lar. Uma dica é obter informações nos CAs (centros acadêmicos) ou departamentos de
assistência social da faculdade.
Para quem não pode pagar o
aluguel, as universidades públicas no Estado de São Paulo oferecem vagas em moradias e
também outros tipos de auxílio.
O critério de seleção é a renda.
Na USP, sete blocos de apartamentos no campus do Butantã (zona oeste) abrigam cerca
de 1.700 pessoas. Cinco prédios
do Crusp (Conjunto Residencial da USP), com cerca de 200
vagas cada um, são para a graduação, e o restante, para a pós.
Cada apartamento tem três
quartos, uma sala e um banheiro, distribuídos em uns 50 m2.
São em geral três moradores
por apartamento, mas é comum haver "hóspedes" -estudantes que não conseguiram
vaga, mas têm autorização para
ficar. Na portaria do bloco A,
por exemplo, há uma lista dos
atuais 31 "hóspedes", sem contar os convidados informalmente por alunos, segundo os
moradores. A cozinha é dividida com 11 ou até 22 apartamentos, conforme o bloco.
Os cursos de direito e de medicina da USP, que não ficam
no campus do Butantã, têm
moradias mantidas pelos respectivos centros acadêmicos e
mais próximas das faculdades,
mas o estado de conservação de
uma é o oposto do da outra.
Reformada em 2007 com o
patrocínio de médicos e empresários e com decoração moderna, a Casa do Estudante de
medicina, na rua Teodoro
Sampaio (zona oeste), tem 26
apartamentos com banheiros
privativos. Cada quarto, ocupado por dois alunos, foi equipado com computador e internet.
Apesar de ter o mesmo nome, a Casa do Estudante dos
alunos de direito é bem diferente. No número 2.044 da
avenida São João, ela abriga
quase 50 universitários em 27
apartamentos, distribuídos nos
11 andares do prédio, construído nos anos 40 pelo CA.
O estado de conservação é
precário. Há muito o glamour
do mármore da entrada não é
encontrado no restante do prédio, totalmente degradado,
com paredes descascadas, fiação exposta, buracos no teto e
vazamentos. Os dois elevadores estão quebrados.
"Estamos tentando conseguir parcerias ou mesmo que a
USP ajude na recuperação", diz
Paulo Rodrigues Neto, diretor
do local. Ele entrou em contato
com o escritório de arquitetura
que fez a reforma da Casa do
Estudante dos alunos de medicina, que custou R$ 2 milhões.
Segundo o presidente do centro acadêmico XI de Agosto,
Paulo Pereira, a reforma custaria R$ 5 milhões. "Falta o básico, como o elevador funcionando e uma pintura", diz Abulai
Sissé, que veio de Guiné-Bissau
para estudar na USP.
No interior de São Paulo, a
Unicamp mantém, a seis quilômetros do campus, 958 vagas.
A Unesp, com 23 campi espalhados no Estado, tem 1.068 vagas. A cerca de 15 minutos do
campus na capital -o Instituto
de Artes, no Ipiranga (zona
sul)-, há 20 vagas em duas casas. Cada imóvel tem três quartos e dois banheiros.
Nas faculdades particulares,
não há moradias, mas em geral
departamentos de assistência
social ou os centros acadêmicos mantêm atualizados murais com anúncios de vagas em
casas e apartamentos.
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