|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARREIRA
Biotecnologia tem campo fértil
Cursos de graduação são recentes; mercado de trabalho é promissor para os próximos anos
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
Clonagem, controle de pragas, nanotecnologia, fertilização in vitro, técnicas de biossegurança e produção de vacinas,
sementes, medicamentos, biocombustíveis, alimentos e bebidas, como vinho e cerveja, fazem parte do universo do biotecnólogo ou do engenheiro de
bioprocessos e biotecnologia.
O trabalho do profissional
consiste em utilizar microorganismos (seres vivos como bactérias e vírus) para produzir
materiais e substâncias para as
áreas agrícola, industrial, ambiental e de saúde.
Usada desde a Antigüidade
com a fermentação de grãos de
cereais para fazer bebidas alcoólicas, a biotecnologia tomou
novo impulso com a genética.
No país a criação de graduações na área é recente -uma
das primeiras foi a da Universidade Federal do Paraná, em
2000. "O engenheiro de bioprocesso tem formação para
atuar em indústria, produzir
em grande escala", diz Adenise
Woiciechowski, coordenadora
do curso na Federal do Paraná.
Atualmente quem trabalha
com biotecnologia tem formação em carreiras afins, como
farmácia, química ou biologia, e
especialização na área.
"A profissão ainda é pouco
conhecida", afirma Alda Lerayer, diretora-executiva do CIB
(Conselho de Informações sobre Biotecnologia). O salário de
um recém-formado varia de R$
2.500 a R$ 4.000.
Focos diferentes
Os cursos, em geral com quatro anos, são multidisciplinares, e o aluno vê matérias de
biologia, química, matemática
e física. Pela área ser abrangente, focam em segmentos diferentes.
A UFSCar, por exemplo, tem
um curso dirigido às áreas
agroindustrial e ambiental. "No
setor agrícola, por exemplo,
trabalha-se com a recuperação
de solos degradados", explica
Sandra Antonini, coordenadora do curso, que fica no campus
de Araras (169 km de SP).
Na Unesp, biotecnologia é a
carreira mais concorrida no
vestibular de meio de ano, com
31,7 candidatos por vaga. E o
enfoque está mais na genética.
"O curso prepara o aluno não
só para trabalhar em indústria
mas também para ser um gestor", afirma Telma Gonçalves
Carneiro Spera de Andrade,
coordenadora do curso da
Unesp, no campus de Assis. Segundo ela, 80% da primeira
turma, que se formou neste semestre, está empregada.
O mercado deve crescer ainda mais nos próximos anos, segundo Luiz Antonio Barreto de
Castro, secretário de políticas e
programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério
de Ciência e Tecnologia. A verba prevista para a área neste
ano é de R$ 37,7 milhões.
Texto Anterior: Programe-se: Calendário Próximo Texto: Graduando trabalha com vacinas Índice
|