São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007
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CARREIRA

Biotecnologia tem campo fértil

Cursos de graduação são recentes; mercado de trabalho é promissor para os próximos anos

FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL

Clonagem, controle de pragas, nanotecnologia, fertilização in vitro, técnicas de biossegurança e produção de vacinas, sementes, medicamentos, biocombustíveis, alimentos e bebidas, como vinho e cerveja, fazem parte do universo do biotecnólogo ou do engenheiro de bioprocessos e biotecnologia.
O trabalho do profissional consiste em utilizar microorganismos (seres vivos como bactérias e vírus) para produzir materiais e substâncias para as áreas agrícola, industrial, ambiental e de saúde.
Usada desde a Antigüidade com a fermentação de grãos de cereais para fazer bebidas alcoólicas, a biotecnologia tomou novo impulso com a genética.
No país a criação de graduações na área é recente -uma das primeiras foi a da Universidade Federal do Paraná, em 2000. "O engenheiro de bioprocesso tem formação para atuar em indústria, produzir em grande escala", diz Adenise Woiciechowski, coordenadora do curso na Federal do Paraná.
Atualmente quem trabalha com biotecnologia tem formação em carreiras afins, como farmácia, química ou biologia, e especialização na área.
"A profissão ainda é pouco conhecida", afirma Alda Lerayer, diretora-executiva do CIB (Conselho de Informações sobre Biotecnologia). O salário de um recém-formado varia de R$ 2.500 a R$ 4.000.

Focos diferentes
Os cursos, em geral com quatro anos, são multidisciplinares, e o aluno vê matérias de biologia, química, matemática e física. Pela área ser abrangente, focam em segmentos diferentes.
A UFSCar, por exemplo, tem um curso dirigido às áreas agroindustrial e ambiental. "No setor agrícola, por exemplo, trabalha-se com a recuperação de solos degradados", explica Sandra Antonini, coordenadora do curso, que fica no campus de Araras (169 km de SP).
Na Unesp, biotecnologia é a carreira mais concorrida no vestibular de meio de ano, com 31,7 candidatos por vaga. E o enfoque está mais na genética.
"O curso prepara o aluno não só para trabalhar em indústria mas também para ser um gestor", afirma Telma Gonçalves Carneiro Spera de Andrade, coordenadora do curso da Unesp, no campus de Assis. Segundo ela, 80% da primeira turma, que se formou neste semestre, está empregada.
O mercado deve crescer ainda mais nos próximos anos, segundo Luiz Antonio Barreto de Castro, secretário de políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério de Ciência e Tecnologia. A verba prevista para a área neste ano é de R$ 37,7 milhões.


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