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Vale a pena saber
FÍSICA
Plutão é rebaixado à categoria de planeta-anão
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
No final de agosto, após
uma semana de debates, os
vários cientistas reunidos na
cidade de Praga, em assembléia geral da IUA (União Astronômica Internacional),
decidiram por consenso "rebaixar" Plutão para a categoria de planeta-anão. Entre os
fatores que determinaram a
decisão se encontram a excentricidade da órbita (trajetória muito elíptica) e as pequenas dimensões do distante e gélido astro.
No Sistema Solar, todos os
planetas possuem órbitas
praticamente coplanares, ou
seja, se movimentam num
mesmo e grande plano em
torno do Sol. Plutão, não. Sua
órbita está inclinada de 17
em relação à eclíptica -plano que contém a órbita da
Terra em torno do Sol.
Em alguns trechos de sua
órbita, Plutão está mais perto do Sol do que Netuno, que
é 20 vezes maior. A acentuada inclinação e a peculiaridade de sua trajetória fazem
com que Plutão não seja o
objeto dominante em sua órbita. Assim, o astro não pode
ser mais considerado um
planeta (corpo celeste em órbita do Sol, com massa suficiente para assumir uma forma quase esférica e que tenha eliminado outros corpos
da vizinhança ao redor de
sua órbita).
Outro argumento que se
somou para o "rebaixamento" é sua pequena dimensão.
Quando foi descoberto, em
1930, as primeiras observações consideraram-no muito
maior do que seu tamanho
real. O planeta-anão ou planetóide possui 2.320 km de
diâmetro, muito menor do
que a Terra (12.750 km) e, até
mesmo, do que a Lua terrestre (3.480 km), e a sua massa
é cerca de 0,25% a da Terra e
25% da massa da Lua.
Plutão ainda rivaliza com a
sua própria lua, Caronte, que
dista somente 19.600 km e
possui um diâmetro de 1.270
km, bastante grande comparado com o de Plutão.
O sistema Plutão-Caronte
pode ser considerado um
planeta binário, pois os dois
descrevem trajetórias circulares em torno de um ponto
comum -o centro de massa
do conjunto, que se movimenta em torno do Sol e
completa a volta a cada 250
anos, aproximadamente.
Vale lembrar que, na mitologia, Plutão era o deus dos
mortos e reinava no Mundo
Subterrâneo. Um de seus
ajudantes era Caronte, o barqueiro que guiava uma balsa
com as almas dos mortos pelo rio Aqueronte até o reino
do submundo de Plutão.
Uma combinação mortal!
TARSO PAULO RODRIGUES é professor e
coordenador de física do Colégio Augusto Laranja e da Nova Escola
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