São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006
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DE FORA

Candidatos driblam "cotas regionais" em vestibulares

Questões sobre peculiaridades locais não prejudicam quem está preparado

DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO A FLORIANÓPOLIS

As principais dificuldades encontradas por candidatos que desejam fazer a prova em outros Estados estão relacionadas ao tipo de exame e às perguntas regionais nas matérias de história, geografia e literatura. Mesmo assim, um bom preparo geral pode render a sonhada classificação.
De acordo com Alberto Francisco do Nascimento, coordenador do Anglo, a incidência de perguntas que abordam temas locais é maior nas universidades do Sul. "No fundo é uma reserva de mercado. Mas há resumos e livros que podem ajudar quem tem interesse."
A Udesc, por exemplo, tem um tópico catarinense com dez perguntas entre as 120 da parte objetiva, mas a organização alega que a medida não visa filtrar alunos, e sim enaltecer o conhecimento sobre o Estado.
Na última prova da UFSC, 11 das 83 questões (13%) envolviam história, geografia e literatura de Santa Catarina.
Outra peculiaridade é que a prova é de somatórias: as questões têm de quatro a sete itens (numerados como 01, 02, 04, 08...), e a resposta é a soma dos que estão certos. Isso confunde os acostumados com o sistema de múltipla escolha, porque é possível ter pontuação parcial.
Mesmo assim, os vestibulandos paulistas são mais eficientes: 16% dos inscritos de São Paulo passaram em 2006. O mesmo índice, entre catarinenses e gaúchos, é de 12%; entre paranaenses, 8%.
Ajuda a explicar esse desempenho o fato de que os vestibulares paulistas, mais concorridos, pedem maior carga horária nos cursinhos e melhor preparo. "O candidato que tem uma preparação forte em exames que exigem bastante profundidade, como são os de São Paulo, se dá bem em exames regionalizados", diz Carlos Eduardo Bindi, do Etapa.
De acordo com o coordenador do Objetivo, Antonio Mario Salles, há até aulas para cobrirem as lacunas regionais. "Preparamos alguns assuntos de geografia específica", diz.
Outra alternativa é fazer cursinho na própria cidade onde fica a faculdade. Em Florianópolis, por exemplo, há aulas sobre escritores catarinenses e história e geografia do Estado, e os paulistas já são 20% dos matriculados em um cursinho no bairro da Lagoa da Conceição.


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