Estudante não pode encarar vestibular como a última chance que vai ter na vida, diz psicóloga da Unifesp; ideal é relaxar e tentar controlar a ansiedade

Rodrigo Capote/Folha Imagem

Bruna mostra no calendário a data em que sai a lista da Fuvest

DA REPORTAGEM LOCAL

Bruna Ariza, 19, conta os dias para os resultados do vestibular saírem, mas sente que o tempo não passa. Ela prestou USP, UFSCar e, amanhã, termina a segunda fase da Unicamp -e as listas só saem entre o fim do mês e meados de fevereiro.
"Sempre bate uma ansiedade. Tento desligar, mas não paro de pensar no resultado", afirma. "Sempre que ponho a cabeça no travesseiro, lembro." Na USP, ela prestou direito; nas outras, engenharia civil.
Como ela, muitos alunos ficam ansiosos à espera de saber quem passou e quem terá de estudar por mais um ano. A recomendação de psicólogos ouvidos é tentar controlar a ansiedade e saber lidar com um eventual insucesso.
"O aluno tem que pensar que não está decidindo o futuro, mas sim um momento da vida", diz Maria Beatriz de Oliveira, coordenadora do serviço de orientação profissional da Unesp. "Ele não pode encarar o vestibular como a última chance da vida. Se não passar, vai ser chato, mas servirá para algo -experiência, para ver onde ele está mais fraco ou se a ansiedade o atrapalhou, por exemplo", diz Denise Pará Diniz, coordenadora do núcleo de qualidade de vida e gerenciamento de estresse da Unifesp.
Luiz Gustavo Ribeiro, 20, que prestou geologia na USP e na Unesp, afirma que a espera é difícil. "Conto com a aprovação, porque é ruim ter que fazer outro ano de cursinho. E tem a cobrança dos pais."
As psicólogas recomendam que os alunos "desliguem" -dedicando, por exemplo, algum tempo ao lazer. É o que Bruna pretende fazer, mas só depois que a lista de aprovados sair. "Aí vou marcar algo com os amigos para extravasar."


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