São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
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CARREIRA

Comércio exterior aproxima culturas

Quem atua na área precisa pesquisar sobre outros países e saber negociar com estrangeiros

Marcelo Justo/Folha Imagem
Camila Corrêa, formada em 2001; ela começou a trabalhar como estagiária em uma empresa multinacional e hoje é analista sênior


DA REDAÇÃO

O perfume francês fixa mais. O tênis norte-americano é melhor. O corte da roupa italiana é mais fino. São infinitas as comparações dos produtos nacionais com os importados e, na maioria dos casos, o senso comum diz que o que vem de fora é melhor. Mas quem traz esses produtos em grande escala de lá para cá? São os profissionais da área de comércio exterior, que têm que entender como funciona o processo de importação e exportação -a começar pelas leis e a cultura dos países estrangeiros.
Segundo o Ministério da Educação, há quase 430 cursos ou habilitações em comércio exterior no país. E a oferta deve crescer. "Com a globalização, cada vez mais haverá demanda por profissionais que entendam de comércio internacional", diz Jovelino Pires, coordenador da Câmara de Logística da Associação de Comércio Exterior do Brasil, que reúne importadoras e exportadoras.
"A Embraer está vendendo para a China. Tem que haver pessoal preparado para trabalhar com isso", afirma ele. "Um comerciante sempre quer alguém que saiba como driblar as características de logística interna para vender mais. E aquele que souber as características nacionais e as internacionais vai se dar melhor."
Para Cláudio Carvajal, coordenador do curso de tecnologia em comércio exterior da Uniesp, a área de atuação de um formado em comércio exterior é muito ampla. "Ele pode trabalhar no setor de câmbio, na área de contratos internacionais, de logística, como trader [comerciante] e em muitas outras funções."
O estágio, de acordo com Carvajal, é importante e facilita na hora de procurar emprego. "Na faculdade, o aluno tem mais teoria. Prática mesmo se pega em empresas." Mas, ainda segundo Carvajal, é também muito importante o conhecimento de idiomas. "Precisa falar muito bem inglês. É melhor ser fluente em inglês do que saber um pouco de três línguas."
José Carlos Thomaz, coordenador do curso de administração e comércio exterior do Instituto Presbiteriano Mackenzie, diz que outro ponto que conta bastante para o profissional de comércio exterior é conhecer outras culturas. "Mas não é passar só um dia numa cidade. É conhecer", reforça ele. "Ajuda a ter idéias de produtos e serviços para vender para aquele tipo de consumidor." Ele exemplifica: "O profissional que sabe que para vender frango para tal país tem que abater o animal virado para Meca vai se sobressair em relação ao que não sabe".
O curso de graduação plena tem duração de quatro anos e, em muitas faculdades, ele tem outros nomes, como administração em comércio exterior.
Foi a opção de Érika Vieira, 28. Ela se formou há sete anos e hoje trabalha em um banco. "É um curso muito bom. No primeiro ano as matérias são mais gerais, mas, depois, fica mais legal." Entre as disciplinas, direito internacional, marketing internacional e teoria da administração voltada para comércio exterior. "É uma boa opção. Estou trabalhando desde que me formei", diz Érika.
(LUISA ALCANTARA E SILVA)


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