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CARREIRA
Comércio exterior aproxima culturas
Quem atua na área precisa pesquisar sobre outros países e saber negociar com estrangeiros
Marcelo Justo/Folha Imagem
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Camila Corrêa, formada em 2001; ela começou a trabalhar como estagiária em uma empresa multinacional e hoje é analista sênior |
DA REDAÇÃO
O perfume francês fixa mais.
O tênis norte-americano é melhor. O corte da roupa italiana é
mais fino. São infinitas as comparações dos produtos nacionais com os importados e, na
maioria dos casos, o senso comum diz que o que vem de fora
é melhor. Mas quem traz esses
produtos em grande escala de
lá para cá? São os profissionais
da área de comércio exterior,
que têm que entender como
funciona o processo de importação e exportação -a começar
pelas leis e a cultura dos países
estrangeiros.
Segundo o Ministério da
Educação, há quase 430 cursos
ou habilitações em comércio
exterior no país. E a oferta deve
crescer. "Com a globalização,
cada vez mais haverá demanda
por profissionais que entendam de comércio internacional", diz Jovelino Pires, coordenador da Câmara de Logística
da Associação de Comércio Exterior do Brasil, que reúne importadoras e exportadoras.
"A Embraer está vendendo
para a China. Tem que haver
pessoal preparado para trabalhar com isso", afirma ele. "Um
comerciante sempre quer alguém que saiba como driblar as
características de logística interna para vender mais. E aquele que souber as características
nacionais e as internacionais
vai se dar melhor."
Para Cláudio Carvajal, coordenador do curso de tecnologia
em comércio exterior da
Uniesp, a área de atuação de
um formado em comércio exterior é muito ampla. "Ele pode
trabalhar no setor de câmbio,
na área de contratos internacionais, de logística, como trader [comerciante] e em muitas
outras funções."
O estágio, de acordo com
Carvajal, é importante e facilita
na hora de procurar emprego.
"Na faculdade, o aluno tem
mais teoria. Prática mesmo se
pega em empresas." Mas, ainda
segundo Carvajal, é também
muito importante o conhecimento de idiomas. "Precisa falar muito bem inglês. É melhor
ser fluente em inglês do que saber um pouco de três línguas."
José Carlos Thomaz, coordenador do curso de administração e comércio exterior do Instituto Presbiteriano Mackenzie, diz que outro ponto que
conta bastante para o profissional de comércio exterior é conhecer outras culturas. "Mas
não é passar só um dia numa cidade. É conhecer", reforça ele.
"Ajuda a ter idéias de produtos
e serviços para vender para
aquele tipo de consumidor."
Ele exemplifica: "O profissional que sabe que para vender
frango para tal país tem que
abater o animal virado para
Meca vai se sobressair em relação ao que não sabe".
O curso de graduação plena
tem duração de quatro anos e,
em muitas faculdades, ele tem
outros nomes, como administração em comércio exterior.
Foi a opção de Érika Vieira,
28. Ela se formou há sete anos e
hoje trabalha em um banco. "É
um curso muito bom. No primeiro ano as matérias são mais
gerais, mas, depois, fica mais legal." Entre as disciplinas, direito internacional, marketing internacional e teoria da administração voltada para comércio exterior. "É uma boa opção.
Estou trabalhando desde que
me formei", diz Érika.
(LUISA ALCANTARA E SILVA)
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