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AO LADO
Namorar vestibulando exige paciência
Casal deve planejar os encontros e as horas de estudo para não atrapalhar desempenho
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
O estresse pré-vestibular
ainda atormenta Samara Vasques, 18. Não por ela, aluna do
segundo semestre da faculdade
de nutrição, mas pelo namorado, Alexandre Oliva Gimenez,
19, que faz o segundo ano de
cursinho para tentar uma vaga
em ciências contábeis.
"Temos nos visto menos porque ele tem se dedicado mais
aos estudos. Sinto a falta dele,
mas entendo que é uma situação passageira", diz Samara.
Relacionamentos estáveis,
em que o companheiro compreende o momento do outro,
sem fazer cobranças, trazem
segurança e tranqüilidade para
os vestibulandos.
Para Vera Lucia da Costa Antunes, coordenadora do Curso
e Colégio Objetivo, o namoro
nessa fase até ajuda. "O estudante precisa ter momentos de
lazer, que pode ser praticar um
esporte, ir ao cinema e, por que
não, namorar. E se estiver com
alguém que já passou por isso,
essa pessoa vai saber como é difícil e o estimulará. Poderá até
ajudá-lo em alguma disciplina."
O namoro pode interferir na
preparação para as provas
quando houver cobrança por
atenção, o que geralmente
ocorre com relacionamentos
mais recentes.
Como foi no caso de Samara e
Alexandre, que namoram há
um ano e três meses. "No ano
passado, priorizei o namoro.
Deixei de ir ao cursinho de sexta-feira várias vezes para ficar
com ela. Mas acabei sofrendo
bastante depois porque não
passei no vestibular por muito
pouco", relembra Alexandre.
Equilíbrio
"O equilíbrio desejado entre
não perder o prazer de estar
com quem se ama, não se afastar dessa pessoa e, ao mesmo
tempo, conseguir preparar-se
adequadamente para o vestibular passa por uma negociação
que envolve mais do que determinar horários", afirma Marina Nunes, orientadora educacional do Colégio Santa Cruz.
O ideal é que haja acordos
mais gerais, não muito rígidos,
de acordo com Wander Pereira
da Silva, professor da Universidade Católica de Brasília e presidente da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina
Comportamental.
"Estabelecer horário para estar junto e horário para estudar
de maneira muito inflexível pode tornar a relação rotineira,
sem graça e previsível demais,
gerando perda de interesse."
Se o estudante perceber que
seu rendimento caiu nos simulados dos cursinhos ou que não
está dominando determinado
assunto, vale a pena conversar
de novo com o(a) namorado(a)
e estabelecer mais horas de estudo, segundo Vera Lucia, do
Objetivo. Da mesma maneira
que, se surgir um compromisso
ou uma festa, não deixar de ir
-desde que consiga recuperar
a matéria num outro horário.
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