São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2006
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No Estado, professora lida com conflitos

DA REPORTAGEM LOCAL

"O que pesa é que o aluno não tem interesse. O número de alunos por sala é muito grande, são mais de 40. A gente acaba como uma administradora de conflitos. Não temos horário para preparar aula, ler e corrigir as provas. Tudo isso a gente faz em casa. O salário também não é bom. Tem muita gente que tem de dar aula em várias escolas para complementar a renda", conta a professora de português Eva Volite Coelho, 36.
Há nove anos, ela tornou-se docente do ensino médio da Escola Estadual Padre Manuel da Nóbrega, conhecida como Matão, no bairro da Casa Verde, zona norte da capital.
Mesmo com as dificuldades, Eva nunca pensou em deixar o emprego. "A convivência também tem um lado positivo. É muito interessante quando a gente vê um estudante entusiasmado. Sei que participei um pouquinho da evolução dele", diz.
Antes de chegar ao magistério, Eva experimentou o trabalho em empresas na área de vendas. Foi só depois de concluir a faculdade e de prestar concurso público que tomou contato com a realidade. "Quando comecei, fiquei decepcionada. Eu achava que só iria ensinar, mas tinha muitos conflitos para resolver", conta.
Eva não observa interesse de lecionar em seus alunos. "Até eles reconhecem que não é fácil nossa profissão."


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