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Nova fase é motivo de apreensão
Dúvidas de calouros sobre a vida acadêmica vão de estilo das aulas a festas e moradia
FERNANDA NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com a aprovação no vestibular, vem a sensação de alívio e
logo depois a de ansiedade novamente. O que me espera na
universidade? As preocupações
e dúvidas são várias: trote, aulas e provas difíceis, gente nova,
mudança de cidade, festas.
Quando o assunto são os estudos, a apreensão que atinge a
todos é a de se adaptar ao estilo
de trabalho da universidade.
"No ensino médio, os estudantes têm aula com manuais e
apostilas e têm uma formação
geral. Na universidade, passam
a ter disciplinas mais específicas, com leituras amplas, e os
professores exigem posicionamento crítico", explica o chefe
do departamento de história da
Unesp (Universidade Estadual
Paulista) de Assis, Ivan Esperança Rocha.
Para Tatiane Tanus Quinteiro, 21, que passou em relações
públicas na Faculdade Cásper
Líbero, a expectativa é com relação ao curso. "Não vejo a hora
de assistir às aulas e ver se escolhi certo", diz a estudante, que
também prestou design, mas
não passou no vestibular e já
chegou a pensar em fazer geografia e publicidade.
Já André Pantalena Yoshimatsu, 22, tem uma preocupação a mais que Tatiane. Para fazer a faculdade, vai ter de sair
da casa dos pais. André passou
em fisioterapia na Unifesp
(Universidade Federal de São
Paulo) e na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), e
ainda vai decidir qual fará.
Sua única certeza é que vai
mudar de cidade, já que o curso
de fisioterapia da Unifesp é ministrado em Santos e o da UFSCar, em São Carlos.
Ir viver longe de casa, segundo o professor Rocha, significa,
pela primeira vez, ser responsável por moradia, alimentação, transporte, vestuário, o
que é um choque para muitos
estudantes. "É a primeira experiência de saída da barra da saia
dos pais", afirma Rocha.
Para que o estudante agüente
tantas novidades, o apoio da família, da universidade e de amigos é fundamental. Na Unesp
de Assis, desde o ano passado,
famílias da cidade começaram
a ser convidadas para apadrinhar alunos, principalmente os
de famílias carentes. "Eles ajudam oferecendo-se para dar
orientações sobre todos os assuntos que afligem os universitários", diz Rocha.
Semana de recepção
Mas há um outro tipo de família que pode ajudar bastante
na universidade, os amigos. E
criar uma boa rede de contatos
no início da vida acadêmica depende muito da participação
nos eventos que costumam fazer parte da programação da
primeira semana de aulas.
O Grêmio Politécnico da
USP, por exemplo, está preparando, em conjunto com a universidade, com a Associação
Atlética Acadêmica Politécnica
e com o Diretório Central dos
Estudantes, uma intensa agenda de atividades para a semana
de recepção aos calouros.
Haverá aula inaugural, apresentação e contextualização
das disciplinas do primeiro semestre, apresentação do grêmio, da atlética e do Cepeusp (o
centro de práticas esportivas) e
atividades de integração para
os calouros, que incluem tarde
cultural, festa e jogos, como a
caça ao tesouro.
"A idéia é promover a integração dos calouros, independentemente de desempenho
no vestibular, turma, local de
moradia, idade. Queremos estimular a apropriação do campus
como um todo", diz Haydée
Svab, diretora do grêmio.
André, que já iniciou física e
ciência da computação, mas desistiu dos dois cursos, diz que a
semana de recepção é a parte
mais "legal" da entrada na universidade. "Você é o centro das
atenções da faculdade. Precisa
participar para se enturmar.
Você conhece todo mundo, calouros e veteranos", afirma.
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