São Paulo, terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
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HISTÓRIA

Crescimento econômico dos EUA

ROBERSON DE OLIVEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

O lançamento do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) pelo governo Lula tem despertado uma grande polêmica, em especial no que diz respeito à capacidade do plano de fazer com que o país volte a apresentar índices mais elevados de crescimento econômico. Segundo alguns economistas, as medidas não produzirão o efeito desejado, pois o crescimento econômico mais expressivo depende da ampliação do investimento privado, que se mantém tímido em virtude da elevada carga tributária e de elevados custos trabalhistas.
Outros economistas discordam alegando que as despesas do Estado irão dinamizar inúmeros setores da economia, estimulando o crescimento. Esta polêmica lembra a que surgiu nos EUA, após o lançamento do New Deal, em 1933, pelo presidente Roosevelt. Os EUA encontravam-se numa situação desesperadora em virtude dos efeitos da Crise de 1929, que começou com a quebra da bolsa de valores de Nova York, se alastrou com a falência de bancos e indústrias e assumiu efeitos sociais catastróficos com o desemprego. O presidente recém-eleito decidiu, seguindo as idéias de um economista inglês chamado John Maynard Keynes, sair da crise por meio do gasto.
O princípio era simples, aumentar as despesas públicas, criando emprego e gerando renda para estimular a demanda, a retomada da produção e do crescimento. A idéia era contratar obras de infra-estrutura e até escritores desempregados para registrar a história do país, construir escolas e hospitais. Na ocasião, Roosevelt foi criticado, acusado de louco e irresponsável por ampliar as despesas num momento de crise e apoiar projetos "inúteis" como este que reunia e preservava uma parte essencial do conhecimento que os norte-americanos tinham de si mesmos.
Esta tática de o Estado substituir o investimento que a iniciativa privada se nega ou está impedida de realizar foi a responsável pelo resgate da economia norte-americana dos escombros a que ela havia se reduzido em fins da década de 20. Com o início da 2ª Guerra Mundial e o ingresso dos EUA no conflito em 1941, a demanda estatal por armamentos deu um impulso ao crescimento econômico dos EUA que se prolongou até 1970, período durante o qual a economia dos EUA e mundial apresentou os índices mais baixos de desemprego no século.


ROBERSON DE OLIVEIRA é professor e autor de "História do Brasil: Análise e Reflexão" e "As Rebeliões Regenciais" (Editora FTD)


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