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HISTÓRIA
Crescimento econômico dos EUA
ROBERSON DE OLIVEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA
O lançamento do PAC (Plano
de Aceleração do Crescimento)
pelo governo Lula tem despertado uma grande polêmica, em
especial no que diz respeito à
capacidade do plano de fazer
com que o país volte a apresentar índices mais elevados de
crescimento econômico.
Segundo alguns economistas, as medidas não produzirão
o efeito desejado, pois o crescimento econômico mais expressivo depende da ampliação do
investimento privado, que se
mantém tímido em virtude da
elevada carga tributária e de
elevados custos trabalhistas.
Outros economistas discordam alegando que as despesas
do Estado irão dinamizar inúmeros setores da economia, estimulando o crescimento.
Esta polêmica lembra a que
surgiu nos EUA, após o lançamento do New Deal, em 1933,
pelo presidente Roosevelt.
Os EUA encontravam-se numa situação desesperadora em
virtude dos efeitos da Crise de
1929, que começou com a quebra da bolsa de valores de Nova
York, se alastrou com a falência
de bancos e indústrias e assumiu efeitos sociais catastróficos com o desemprego.
O presidente recém-eleito
decidiu, seguindo as idéias de
um economista inglês chamado John Maynard Keynes, sair
da crise por meio do gasto.
O princípio era simples, aumentar as despesas públicas,
criando emprego e gerando
renda para estimular a demanda, a retomada da produção e
do crescimento.
A idéia era contratar obras de
infra-estrutura e até escritores
desempregados para registrar a
história do país, construir escolas e hospitais.
Na ocasião, Roosevelt foi criticado, acusado de louco e irresponsável por ampliar as
despesas num momento de crise e apoiar projetos "inúteis"
como este que reunia e preservava uma parte essencial do conhecimento que os norte-americanos tinham de si mesmos.
Esta tática de o Estado substituir o investimento que a iniciativa privada se nega ou está
impedida de realizar foi a responsável pelo resgate da economia norte-americana dos
escombros a que ela havia
se reduzido em fins da década
de 20.
Com o início da 2ª Guerra
Mundial e o ingresso dos EUA
no conflito em 1941, a demanda
estatal por armamentos deu
um impulso ao crescimento
econômico dos EUA que se
prolongou até 1970, período
durante o qual a economia dos
EUA e mundial apresentou os
índices mais baixos de desemprego no século.
ROBERSON DE OLIVEIRA é professor e autor
de "História do Brasil: Análise e Reflexão" e "As
Rebeliões Regenciais" (Editora FTD)
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