São Paulo, terça-feira, 13 de novembro de 2007
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CARREIRA

Além de contas, é preciso conhecer política, direito e outros idiomas

Não basta gostar de números para ser contador

Julia Moraes/Folha Imagem
Tamara Testa, que trabalha na área desde o 2º ano da faculdade


INGRID TAVARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Números, balanço, lógica, planilhas, gestão e, principalmente, cálculo, muito cálculo. Não tem escapatória, todos esses pensamentos tomam conta dos vestibulandos quando são pronunciadas apenas duas palavras: ciências contábeis.
O curso, com duração de quatro anos, tem como objetivo formar um profissional capaz de analisar, medir, registrar e controlar as transformações econômicas, patrimoniais e financeiras de diversas instituições, públicas ou privadas.
"Em linhas gerais, o profissional registra o que acontece com o patrimônio de uma empresa ou do governo, com base em padrões nacionais e internacionais, de modo que a sociedade consiga acompanhar a sua evolução", afirma Valmor Slomski, coordenador do curso de ciências contábeis da USP.
O vestibulando também precisa de um raciocínio lógico e uma boa fundamentação em matemática para a profissão, mas o coordenador do curso da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Geraldo Gianini, assegura que não é somente isso.
"Não se pode preparar o aluno apenas para fazer contas. Isso é muito pouco, e o mundo vai além disso." Segundo ele, o contador "contribui também para a sociedade, de forma definitiva, na prestação de contas". Isso porque, segundo Slomski, é importante que as informações contábeis sejam fidedignas à realidade, pois elas serão usadas nas tomadas de decisão, como conceder empréstimos e fechar negócios.
Para isso, o aspirante a contador precisa ter outro idioma, um conhecimento geral bem amplo e, no curso, estudar disciplinas técnicas e gerenciais, como direito, finanças, cálculo.
Emprego
O curso de ciências contábeis possui uma das maiores empregabilidades no mercado de trabalho. E a razão disso é bem simples: toda empresa, seja micro ou múlti, é obrigada legalmente a ter um contador no seu quadro de funcionários.
Sem mencionar que a área de atuação não é restrita. Há três grandes eixos -governos, empresas privadas e entidades do terceiro setor-, mas o contador pode trabalhar também com pessoas físicas e nas áreas tributária, gerencial e de custos, além de ser auditor, perito e até mesmo professor.
Atualmente, segundo dados do CFC (Conselho Federal de Contabilidade), há cerca de 900 cursos no país. Antes de 2000, não passavam de cem. Mas o vice-presidente de desenvolvimento profissional do CFC, José Martonio Alves Coelho, faz um alerta. "Apesar do fator positivo, que aumenta a oportunidade de acesso à faculdade, não devemos esquecer da necessidade de uma fiscalização rigorosa nos cursos." Para Coelho, a sociedade ganha "com profissionais éticos e preparados".


Colaborou FERNANDA CALGARO , da Reportagem Local


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