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GEOGRAFIA
Urbanização da população e taxa de fecundidade
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Entre as muitas conseqüências
da urbanização da população, a
redução do ritmo de crescimento
populacional é uma das mais significativas. A organização social e
econômica urbana parece não
combinar com uma taxa de fertilidade -número médio de filhos
por mulher- muito alta.
Pode-se afirmar, genericamente, que, nas sociedades urbanas, o
maior custo para a criação dos filhos, associado ao maior acesso
aos métodos contraceptivos e à
necessidade das mulheres de trabalhar fora de casa para compor a
renda familiar, leva inevitavelmente à redução dessa taxa.
Os países mais pobres, também
chamados de menos desenvolvidos ou de subdesenvolvidos,
apresentavam na década de 60
uma taxa média de seis filhos por
mulher, o que fazia com que suas
populações crescessem em um
ritmo muito acelerado. Em muitos deles, após uma intensificação
da urbanização, ocorreram reduções substanciais nas taxas de fertilidade, tendo baixado a média
do grupo atualmente para 2,9 filhos por mulher, o que resulta em
uma diminuição do ritmo de
crescimento populacional.
O Brasil e o México são ótimos
exemplos desse processo.
Mesmo alguns países com população predominantemente rural, como a China, a Índia e a Indonésia, apresentaram nas últimas décadas um declínio significativo em suas taxas de fertilidade. Lembre-se de que, embora tenham uma população urbana relativamente baixa, em torno de
30%, possuem populações absolutas muito grandes, o que implica que uma enorme população reside nas cidades. Por exemplo, na
China, "só" 32% da população é
urbana, mas isso representa mais
de 350 milhões de pessoas.
Nos países mais ricos, a taxa de
fertilidade é, no geral, inferior a
2,1 filhos por mulher. Na Europa,
a média está próxima de 1,3. Do
jeito que a coisa vai, é possível
que, até o final deste século, a população mundial passe a declinar.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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