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A HORA DA CANETA VERMELHA
Critério de correção só é definido após realização de prova
CONFRONTAM-SE AS RESPOSTAS DOS ALUNOS E O GABARITO PARA DAR BASE AOS PONTOS ATRIBUÍDOS
ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
É inevitável que o candidato, ansioso depois das provas dissertativas, queira saber quantos pontos conseguiu. Entretanto, mesmo sabendo as respostas corretas,
ele não conseguirá calcular a sua
nota. Os critérios de correção dos
grandes vestibulares só são definidos após uma análise das respostas de uma parte dos candidatos.
Nos cinco vestibulares para universidades públicas do Estado de
São Paulo (Fuvest, Unicamp,
Unesp, Unifesp e UFSCar), o processo de correção começa com a
análise de uma amostra de 80 a
100 provas daquele ano, confrontando-as com o gabarito feito pelo
elaborador das questões.
De acordo com o que os vestibulandos responderam, são estabelecidos os critérios e a chamada
grade de correção, que determina
a pontuação que o candidato receberá por ter chegado a um ponto da solução. Se os candidatos,
por exemplo, responderam mais
do que o esperado pelo elaborador, os critérios serão mais rígidos, mas a correção será mais
branda se as respostas não tiverem sido tão completas.
"O importante é que todos os
elaboradores utilizem os mesmos
critérios e que eles sejam os mesmos para todos os candidatos",
disse Roberto Costa, da Fuvest.
Para garantir a uniformidade
dos critérios, em todos os cinco
exames, os examinadores passam
por um treinamento. Para que
um corretor não possa prejudicar
a prova inteira de um candidato e
para que os critérios sejam mais
homogêneos, em nenhuma das
cinco universidades o mesmo
examinador corrige toda a prova.
Na Fuvest, cada um é responsável apenas por uma página do
exame, ou seja, duas questões. Na
Unesp, na UFSCar e na Unifesp
(vestibulares feitos pela Vunesp),
cada professor examina no máximo três perguntas de cada prova.
Já na Unicamp, cada um fica
com só uma questão. "Fazendo
apenas a mesma questão de todas
as provas, nós garantimos uniformidade. Além disso, outra medida é agruparmos as provas dos
candidatos da mesma carreira para serem corrigidas de uma vez, já
que eles só competem entre si",
disse Leandro Tessler, da comissão de vestibulares.
A Unicamp é a única das cinco
que adota para todas as questões
dois corretores independentes,
que não sabem a pontuação dada
pelo outro. Caso a diferença entre
as duas notas seja menor que um
ponto, é feita uma média. Caso seja maior, a prova vai para um terceiro corretor, geralmente o presidente da banca ou um monitor,
que verifica se houve desvio do
critério e dá uma nota final.
Já na Fuvest, a prova é recorrigida por outro examinador. Se existir divergência, há uma avaliação
para chegar a um acordo. Além
disso, os diretores da fundação fazem um controle de qualidade em
cerda de 5% a 10% dos exames.
Na Vunesp, todos os dias antes
de começar a correção, há uma revisão de algumas das provas analisadas no dia anterior. "Cada examinador revisa por volta de cem
notas dadas por outros corretores
no dia anterior", disse Fernando
Dagnoni Prado, diretor acadêmico da Vunesp.
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