São Paulo, terça-feira, 15 de setembro de 2009
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CURSOS NOVOS

"Não faltam professores", diz MEC

Secretária de Educação Superior defende Reuni pelas oportunidades que ele proporciona

PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Para que o Reuni crie as 227.371 vagas previstas até 2012, as instituições passarão, até lá, por um processo que Maria Paula Dallari Bucci, responsável pela Secretaria de Educação Superior do MEC, comparou a uma obra dentro de casa: ninguém gosta, mas o resultado compensa. Em entrevista à Folha, ela negou a falta de professores, mas assumiu que possam existir problemas pontuais.

 

FOLHA - O andamento do Reuni está dentro do planejado?
MARIA PAULA DALLARI BUCCI
- Sim. É um programa muito grande, complexo. Evidentemente, existem questões pontuais. Temos cerca de 2.000 obras em andamento. Obras em prédios, laboratórios, salas de aula, restaurantes universitários...

FOLHA - Alunos da UFMG dizem que estão enfrentando problemas devido ao Reuni: obras atrasadas, falta de professor, disciplinas canceladas e falta de talher no bandejão.
MARIA PAULA
- A universidade está passando por uma revitalização inédita. É evidente que pode haver uma questão aqui ou ali. A UFMG é uma instituição que está muito bem nos indicadores de qualidade nacionais e internacionais. Não sei se o talher está ou não [faltando], mas eu acho que essa é uma questão menor. Há tendências mais importantes, como quantos alunos está formando e quantas graduações novas há.

FOLHA - E a falta de professores?
MARIA PAULA
- Isso não é verdade. A contratação de professores não tem precedentes. A UFMG certamente não é uma instituição onde falta professor. Eles estão com muitas inovações, estão a pleno vapor.

FOLHA - Os alunos que estão convivendo com obras são sacrificados?
MARIA PAULA
- É como reformar a casa. Primeiro, tem aquela poeira, ninguém gosta. Mas quando você lembra que vai ficar mais bonito, você entende. Nesse caso, além de a escola ficar mais bonita, ela vai ficar mais equipada, e o mais importante: receberá mais alunos. A poeira é um incômodo mínimo perto da melhoria promovida.

FOLHA - Reuni e Enem tendem a elevar a mobilidade estudantil. As instituições estão preparadas?
MARIA PAULA
- Elas vêm se preparando e o MEC dobrou, nas universidades que aderiram ao Enem, a verba de assistência estudantil. A mobilidade é um dos eixos de orientação do Reuni e o Enem a potencializa.

FOLHA - Apesar das críticas, o governo avalia bem o Reuni?
MARIA PAULA
- Sim. O programa completa o movimento de expansão e interiorização de 2006 e 2007. Quando vivemos problemas, são os bons problemas: do excesso, e não da escassez. A universidade hoje é muito mais democrática, cobre cidades aonde não chegava, atende a alunos que nem sonhavam estudar numa federal. Ela está revitalizada e dinamizada, o que gera bons efeitos mesmo depois de o Reuni terminar.


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