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CURSOS NOVOS
"Não faltam professores", diz MEC
Secretária de Educação Superior defende Reuni pelas oportunidades que ele proporciona
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL
Para que o Reuni crie as
227.371 vagas previstas até
2012, as instituições passarão,
até lá, por um processo que Maria Paula Dallari Bucci, responsável pela Secretaria de Educação Superior do MEC, comparou a uma obra dentro de casa:
ninguém gosta, mas o resultado
compensa. Em entrevista à Folha, ela negou a falta de professores, mas assumiu que possam
existir problemas pontuais.
FOLHA - O andamento do Reuni está dentro do planejado?
MARIA PAULA DALLARI BUCCI - Sim.
É um programa muito grande,
complexo. Evidentemente,
existem questões pontuais. Temos cerca de 2.000 obras em
andamento. Obras em prédios,
laboratórios, salas de aula, restaurantes universitários...
FOLHA - Alunos da UFMG dizem
que estão enfrentando problemas
devido ao Reuni: obras atrasadas,
falta de professor, disciplinas canceladas e falta de talher no bandejão.
MARIA PAULA - A universidade
está passando por uma revitalização inédita. É evidente que
pode haver uma questão aqui
ou ali. A UFMG é uma instituição que está muito bem nos indicadores de qualidade nacionais e internacionais. Não sei se
o talher está ou não [faltando],
mas eu acho que essa é uma
questão menor. Há tendências
mais importantes, como quantos alunos está formando e
quantas graduações novas há.
FOLHA - E a falta de professores?
MARIA PAULA - Isso não é verdade. A contratação de professores não tem precedentes. A
UFMG certamente não é uma
instituição onde falta professor. Eles estão com muitas inovações, estão a pleno vapor.
FOLHA - Os alunos que estão convivendo com obras são sacrificados?
MARIA PAULA - É como reformar
a casa. Primeiro, tem aquela
poeira, ninguém gosta. Mas
quando você lembra que vai ficar mais bonito, você entende.
Nesse caso, além de a escola ficar mais bonita, ela vai ficar
mais equipada, e o mais importante: receberá mais alunos. A
poeira é um incômodo mínimo
perto da melhoria promovida.
FOLHA - Reuni e Enem tendem a
elevar a mobilidade estudantil. As
instituições estão preparadas?
MARIA PAULA - Elas vêm se preparando e o MEC dobrou, nas
universidades que aderiram ao
Enem, a verba de assistência
estudantil. A mobilidade é um
dos eixos de orientação do Reuni e o Enem a potencializa.
FOLHA - Apesar das críticas, o governo avalia bem o Reuni?
MARIA PAULA - Sim. O programa
completa o movimento de expansão e interiorização de
2006 e 2007. Quando vivemos
problemas, são os bons problemas: do excesso, e não da escassez. A universidade hoje é muito mais democrática, cobre cidades aonde não chegava, atende a alunos que nem sonhavam
estudar numa federal. Ela está
revitalizada e dinamizada, o
que gera bons efeitos mesmo
depois de o Reuni terminar.
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