Exame será interdisciplinar, terá mais questões e pode variar conforme o curso; mudanças são para o próximo vestibular

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O aluno que quiser uma vaga no IFSP (Instituto Federal de São Paulo) vai ter de encarar dose dupla de Enem já no próximo vestibular.
Primeiro, porque 50% das vagas da instituição serão oferecidas pelo Sisu (sistema do Ministério da Educação que usa a nota do Enem como critério de seleção).
Depois, porque o vestibular próprio do IFSP, que seleciona para a outra metade das vagas, está sendo reformulado justamente para se parecer mais com o exame nacional. As alterações estão em discussão e, por isso, o edital do concurso ainda não foi divulgado.
Segundo Patrícia Hetti, membro da comissão que elabora o novo formato, as mudanças valerão já na prova de dezembro para os cursos dos 14 campi que devem oferecer vagas de graduação em 2011 (veja ao lado).
Até o vestibular do meio deste ano, a prova contava com 64 questões de múltipla escolha, divididas por disciplinas, e uma redação.
A partir de dezembro, a prova passa a ser mais interdisciplinar e dividida em grandes eixos (linguagens e códigos, ciências da natureza, ciências humanas e matemática), como o Enem.
"Queremos evitar questões descontextualizadas. Vamos incluir filosofia e sociologia", afirma Patrícia.
Outras alterações estudadas são o aumento no número de questões -a quantidade ainda não foi definida- e a adoção de dois modelos de prova: um para os candidatos a cursos da área de exatas, a maioria dos oferecidos pelo IFSP, e outro para os cursos de humanas.
Fazer a prova tradicional não impede que o candidato também tente uma vaga pelo Sisu. Apesar de poder ter chance dupla, ao concorrer nas duas formas de ingresso, essa não é a tática que Maria Nina da Silva, 33, vai adotar.
A aluna, que resolveu voltar a estudar depois de mais de uma década longe dos bancos escolares, nem chegou a se inscrever no Enem.
Ela está apostando suas fichas no vestibular tradicional para conseguir uma vaga de tecnologia em automação. "Estou confiante", diz ela, que, como trabalha, estuda no almoço e à noite.


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