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DIVERSÃO E ARTE
Desemprego é tema de peça
Assistir à peça "Quando
as Máquinas Param", de
Plínio Marcos, é uma oportunidade para refletir sobre a realidade. Escrita em 1967, permanece atual no Brasil de 2002.
O drama do desemprego retratado pelo autor é vivido ainda hoje por um grande contingente de pessoas. Por mais que
se tente camuflar a situação, o
empobrecimento contínuo até
a miséria, o aviltamento da dignidade, a revolta e a perda da
esperança são os mesmos que o
país já conheceu em outros
tempos.
O texto de Plínio Marcos,
com a força do seu realismo,
não deixa dúvida de que a miséria desmantela a família e arrebenta os laços de amor. E não
é segredo que a falta de perspectiva de quem nada mais tem
a perder só pode desembocar
na violência.
Mesmo tratando de tema social, a peça nada tem de panfletário. O texto, que também fala
de amor, de solidariedade, de
família, de desespero, de esperança, tem alcance universal.
Nina e Zé, os personagens, são
gente como todo mundo. Querem amar, constituir sua família, enfim, têm o projeto honesto de viver. Mas são impotentes
ante as circunstâncias, esmagados por um sistema que os exclui de toda possibilidade de
decidir sobre o seu destino.
Ao final da encenação, um silêncio no escuro desaba sobre a
pequena platéia. Emoção e
consciência. Não é teatro para
riso fácil. É teatro de verdade.
(THAÍS NICOLETI DE CAMARGO)
Teatro Augusta (rua Augusta, 943,
São Paulo); Ingr.: R$ 10 a R$ 20
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