São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002
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DIVERSÃO E ARTE

Desemprego é tema de peça

Assistir à peça "Quando as Máquinas Param", de Plínio Marcos, é uma oportunidade para refletir sobre a realidade. Escrita em 1967, permanece atual no Brasil de 2002.
O drama do desemprego retratado pelo autor é vivido ainda hoje por um grande contingente de pessoas. Por mais que se tente camuflar a situação, o empobrecimento contínuo até a miséria, o aviltamento da dignidade, a revolta e a perda da esperança são os mesmos que o país já conheceu em outros tempos.
O texto de Plínio Marcos, com a força do seu realismo, não deixa dúvida de que a miséria desmantela a família e arrebenta os laços de amor. E não é segredo que a falta de perspectiva de quem nada mais tem a perder só pode desembocar na violência.
Mesmo tratando de tema social, a peça nada tem de panfletário. O texto, que também fala de amor, de solidariedade, de família, de desespero, de esperança, tem alcance universal. Nina e Zé, os personagens, são gente como todo mundo. Querem amar, constituir sua família, enfim, têm o projeto honesto de viver. Mas são impotentes ante as circunstâncias, esmagados por um sistema que os exclui de toda possibilidade de decidir sobre o seu destino.
Ao final da encenação, um silêncio no escuro desaba sobre a pequena platéia. Emoção e consciência. Não é teatro para riso fácil. É teatro de verdade. (THAÍS NICOLETI DE CAMARGO)


Teatro Augusta (rua Augusta, 943, São Paulo); Ingr.: R$ 10 a R$ 20


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