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      São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2003
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Cursos seqüenciais são alternativa para quem quer área específica

DA REPORTAGEM LOCAL

Como já trabalhava com recursos humanos e não pretendia ter toda a parte geral de administração de empresas antes dos fundamentos específicos da área, Sônia Cristina Alves Suriani, 33, preferiu fazer um seqüencial a uma graduação.
"Já conhecia a área de recursos humanos e sabia que era com isso que desejava trabalhar, mas precisava de um aprimoramento. Se fizesse uma graduação, teria de esperar uns três anos para entrar em recursos humanos", disse Suriani, que, como a maioria dos alunos de sua sala, tinha mais de 25 anos quando começou o curso.
Como são muito específicos, os alunos recém-saídos do ensino médio são raros. "Cerca de 70% de nossos alunos de seqüenciais já atuam no mercado de trabalho e na área do curso que vieram fazer", disse Edman Altheman, da Universidade Anhembi Morumbi.
Por lei, os cursos seqüenciais só podem abordar áreas específicas, chamadas campo do saber, de outras maiores, chamadas de áreas do conhecimento, ensinadas nas graduações. Por exemplo: não seria permitido um curso seqüencial na área do conhecimento de administração de empresas, mas pode haver em campos do saber relacionados, como recursos humanos, finanças e gestão de pequenas empresas.
Durante o curso, o aluno terá poucas matérias gerais, como sociologia e psicologia. "As graduações têm quatro anos e podem formar generalistas. Os seqüenciais são mais focados. Nós reduzimos as matérias gerais para dar as específicas, por isso o curso dura dois anos", disse Angelo Palmisano, diretor do Centro de Educação Tecnológica e Formação Específica da Uninove.
Após completar os dois anos, o estudante recebe um certificado de nível superior, que não equivale a um diploma de graduação. Para prestar concursos públicos, por exemplo, o formado em cursos seqüenciais deverá olhar no edital os requisitos para o cargo.
Outra diferença do diploma da graduação para o certificado do seqüencial é que ele não permite que o estudante ingresse em cursos de mestrado e doutorado. Se fizer o seqüencial, o aluno poderá cursar apenas as pós-graduações chamadas de "lato sensu", como as especializações.

Modulares e tecnológicos
Outra opção após concluir o seqüencial é ingressar em uma graduação na mesma área e aproveitar as matérias que já cursou para reduzir o tempo de duração da faculdade. Em geral, com mais dois anos, pode-se obter o diploma também da graduação. Quando a própria instituição programa as disciplinas a serem cursadas pelos estudantes para obterem os dois diplomas, o curso é chamado de modular.
Outra modalidade de ensino superior que, como os seqüenciais, privilegia áreas específicas e prepara para as necessidades do mercado de trabalho são os cursos tecnológicos. Em geral, eles têm duração maior do que os seqüenciais, e o diploma equivale a um de graduação. A Unicamp, por exemplo, oferece cursos desse tipo, com duração de quatro anos. Em algumas particulares, entretanto, o curso pode durar até dois anos.


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