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      São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2003
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FÍSICA

Gravitação universal: satélites - 2

TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Na última coluna, lembramos a importância da lei da gravitação universal, proposta por Newton em 1666, que conseguiu teorizar a possibilidade de colocar um satélite em órbita terrestre. De acordo com o próprio físico, se lançássemos um objeto do alto de uma montanha, com velocidade horizontal suficientemente grande, a sua "queda" seria tão longa que o objeto acabaria percorrendo toda a circunferência da Terra, voltando à montanha de onde tivesse sido lançado.
A figura mostra um satélite em órbita circular ao redor da Terra em que se destacam a velocidade vetorial V, que tende a arrastar o satélite na direção tangencial de sua órbita, e a força gravitacional F, que atua para modificar a direção dessa velocidade e, dessa forma, retê-lo em órbita de raio R. A velocidade necessária para manter o satélite em uma determinada altitude pode ser deduzida, se lembrarmos que a força gravitacional atuante entre a massa M da Terra e a massa m do satélite dada por F=G.M.m/R2 representa a resultante centrípeta, cuja expressão é F=m.V2/R.
Dessa igualdade, podemos concluir que a velocidade orbital do satélite é: Podemos observar na expressão que a velocidade depende de G, que é uma constante universal, cujo valor é o mesmo no ar, no vácuo ou em qualquer outro meio, da massa M da Terra e, principalmente, do raio R da órbita do satélite, que determina a altitude em que o satélite é colocado. Quanto maior a altitude, menor é a velocidade para mantê-lo naquela órbita. Ressalte-se ainda que a massa do satélite não influencia essa velocidade.
Centenas de satélites nos "observam" cotidianamente, entre os quais os meteorológicos, os científicos e os tecnológicos e até os de uso militar. Os satélites utilizados em telecomunicações e os GPS (Global Positioning System) serão assunto da próxima coluna.


Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja


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