LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

O processo de pedido de isenção da taxa de inscrição para o vestibular da Fuvest contará com algumas novidades neste ano. Uma delas é que o número de pessoas que poderão receber o benefício subiu 50% -de 10 mil para 15 mil. Os critérios de seleção foram definidos após seis meses de reuniões semanais com representantes da USP e dos cursinhos alternativos, voltados à população de baixa renda.
Uma das principais preocupações neste ano é assegurar que os benefícios sejam totalmente distribuídos. Em 2001, apenas 7.800 estudantes concluíram todas as etapas necessárias para conseguir a gratuidade da taxa.
Os coordenadores dos cursinhos dizem que o principal problema do ano passado foi a desinformação dos alunos. Muitos solicitaram a isenção pelo correio, mas não retornaram à agência na qual retiraram os formulários para se informar sobre o resultado. Esperavam, equivocadamente, uma resposta pelo correio.
Neste ano, além poder verificar no posto de atendimento o resultado da seleção -a partir do dia 26 de agosto-, o estudante receberá uma carta em casa. A apresentação de documentos será exigida somente depois de o aluno ter sido selecionado.
O número de locais de distribuição e de informação também aumentou. Ao todo, serão 18 postos -oito na Grande São Paulo e dez no interior-, 11 a mais que em 2001. Sete desses postos serão montados em unidades do Poupa-Tempo (veja quadro).
"A seleção irá privilegiar os mais carentes", afirma Marcos Henrique Achado, diretor do Cursinho Instituto. Serão três os itens solicitados. Primeiramente, o estudante deverá comprovar que mora no Estado de São Paulo. Depois, que o resultado da divisão da renda pelo número de membros da família seja inferior a R$ 286, além de provar que cursou o terceiro ano do ensino médio em uma escola pública ou em uma fundação gratuita.
"Mudou-se, por exemplo, critérios como o de idade", afirma Achado. Neste ano, os alunos que concluíram o ensino médio há mais tempo terão preferência.
Para Fabio Sato, coordenador do Cursinho da Poli, a isenção é importante para que o estudante de baixa renda ganhe competitividade. "Os períodos de inscrição da USP, da Unicamp e da Unesp começam quase simultaneamente. Isso quer dizer que o aluno deve desembolsar cerca R$ 200 em taxas. Mas alguns não têm esse dinheiro e precisam optar por uma ou outra instituição. Ou seja, são eliminados logo de início."



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