São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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LITERATURA

Organize a leitura para Fuvest e Unicamp

Roteiro pode variar, mas candidato deve se programar para conseguir ler as nove obras

FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL

LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO

Faltam nove meses para a primeira fase da Fuvest 2009. Apesar de parecer muito tempo, o vestibulando deve começar o quanto antes a se debruçar sobre as nove obras cobradas nos vestibulares da Fuvest e da Unicamp, que, pelo terceiro ano consecutivo, mantiveram a mesma lista unificada.
Com base na análise das provas dos últimos dois vestibulares, não há uma obra que mereça mais atenção do que outra, já que todas (ou quase todas) costumam ser cobradas.
O objetivo de unificar as listas das duas universidades e repeti-las por três anos é, segundo Leandro Tessler, coordenador-executivo da Comvest, que organiza o vestibular da Unicamp, é fazer com que o candidato leia todas as obras. "É melhor os alunos lerem menos livros, mas lerem todos", diz ele, que conta que se surpreendeu com o número de questões -oito- relacionadas aos livros na última prova da Unicamp. "Fica a mensagem para o interessado. É para ler tudo mesmo."
Professores ouvidos pela Folha fizeram algumas sugestões de roteiro de leitura, mas, independentemente da ordem seguida, o que importa é ter disciplina para organizar o tempo e conseguir ler todos os livros.
Segundo eles, os livros de poesia podem ser lidos ao longo do ano em paralelo com os de prosa, pois os poemas fazem sentido isoladamente.
"Todas as obras têm a mesma possibilidade de cair. Portanto, devem receber atenção igual. Não existe uma fórmula pronta de roteiro. Pode-se optar pela ordem cronológica, mas o melhor critério mesmo é a vontade de ler para a leitura render mais", aconselha Fernando Marcílio Lopes Couto, professor de literatura do Anglo.
Fernando Teixeira, professor do Objetivo, sugere que o candidato com mais tempo inicie a leitura pelas obras mais longas e/ou desafiadoras, em prosa. "Aos que não têm muito tempo ou, por qualquer outra razão, correm o risco de não conseguirem ler todas, sugere-se o caminho inverso, assim, o repertório das lidas será o maior possível. As que não forem lidas poderão ser parcialmente conhecidas por meio de resumos etc."
"O candidato tem de ser metódico para conciliar a leitura das obras com o estudo das outras disciplinas", afirma Célia Passoni, coordenadora de português do Etapa. "Se for possível, a releitura dos livros sempre é interessante por permitir uma análise mais aprofundada e crítica das questões abordadas nas obras."
Michael Choi, 18, já leu oito dos nove livros da lista cobrada pela Fuvest e pela Unicamp no ano passado. Candidato a uma vaga em engenharia, ele pretende reler todos e, desta vez, não deixar de fora "Sagarana". "Acho que será mais proveitoso se eu ler de novo, assim terei uma outra visão sobre algo que já conheço. Mais para o fim do ano, pegarei os resumos para ler", planeja.
Renata do Nascimento, 21, reprovada na Fuvest, só conseguiu ler sete obras. "Não soube administrar meu tempo, mas, às provas deste ano, vou chegar com todos lidos."


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