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MAIS CALMA
Estresse causa distúrbios no corpo
Problemas vão de vontade de comer mais doces até queda de cabelo e atraso na menstruação
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Além de irritação, ansiedade
e depressão, o estresse do pré-vestibular também causa distúrbios físicos. Podem ser dores no estômago, menstruação
desregulada, vontade de comer
mais do que o normal, aumento
das espinhas e queda de cabelo.
Natália Sanches, 18, que
presta artes cênicas na USP, na
Unicamp e na Unesp, tem vontade de comer muitos doces
nos dias que antecedem as provas. "Eu ataco mesmo. É uma
fase muito tensa para me privar
de algo." Além disso, a estudante afirma que fica com vontade
de urinar nos minutos antes de
começar a fazer os testes. "Percebo que é uma reação nervosa.
Tenho que sair logo no início da
prova para ir ao banheiro", diz.
O gastroenterologista Jaime
Natan Eisig diz que também
pode acontecer de o estudante
ter diarréia, prisão de ventre e
dores de estômago por causa da
tensão. "Mecanismos do sistema nervoso central são ligados
a esses órgãos. O estresse aumenta a sensibilidade e faz com
que o organismo reaja de várias
formas", explica.
Candidata a uma vaga de direito, Aline Ribeiro da Silva, 19,
teve um ataque de tremedeira
logo no início da prova da primeira fase da Fuvest. "Fiquei
muito nervosa nos primeiros
minutos", lembra.
Segundo o endocrinologista
Antonio Chacra, o estresse faz a
pessoa queimar mais glicose e,
por isso, vem a necessidade de
comer doces. "Às vezes, a pessoa pode transpirar mais nas
mãos, o coração pode bater um
pouco acelerado e até aparecer
um tremor nas mãos", afirma.
Nas mulheres, outro sintoma
comum do estresse é a menstruação desregulada -em algumas, o fluxo aumenta, em outras, diminui. "Acontece com as
estudantes o mesmo que com
bailarinas e atletas. Como está
ocorrendo um desgaste físico
muito grande, o corpo entende
que não é hora de procriar e,
por isso, inibe a ovulação, que é
o que garante um ciclo menstrual regulado", explica a ginecologista da Unifesp Carolina
Carvalho.
O aumento das espinhas no
rosto é outro distúrbio que
atinge estudantes na época do
vestibular. "Alguns dos jovens
que ligam para o CVV reclamam disso", conta a voluntária
Elaine. O problema, aqui, também é a influência do estresse
nos hormônios, que pioram o
quadro em pessoas que têm
tendência a ter acne, de acordo
com o dermatologista Eugênio
Pimentel. "Também pode haver queda de cabelo, caspa e coceiras pelo corpo."
A estudante Natália conta
que teve até de procurar uma
médica para tomar remédios
homeopáticos e tentar diminuir a ansiedade. O tratamento
ajuda, mas o que os médicos entrevistados pela Folha recomendam mesmo é a prática de
exercícios, uma boa alimentação e boas noites de sono para
diminuir o estresse.
(FN)
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