COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A tática de Carem Cristina Dias Brandão, 18, para se acalmar antes de começar as provas é rezar. Ela diz que é a única forma que encontra para diminuir a tensão dos primeiros momentos que passa na sala do exame.
O estresse dela começou no ano passado, quando passou a pensar no que prestar. Após meses de terapia, ela decidiu prestar geografia, na USP, engenharia química, na UFSCar e na Unicamp, e enfermagem, na Unesp.
"No ano passado, tentei medicina, psicologia, direito, artes cênicas, letras, enfermagem e oceanografia", diz.
Resolvida a passar numa universidade pública para que os pais não precisem pagar uma faculdade particular, Carem diz que deixou todos os prazeres de lado para estudar. "Namoro pouco e não vou para a balada."
Até novembro, ela acordava às 5h para chegar ao cursinho às 8h. Depois das aulas, almoçava e voltava para a sala de estudos, onde ficava até umas 6h da tarde de segunda a sexta-feira.
Fazia aulas de teatro no cursinho e passava por sessões periódicas de massagem e acupuntura, e mesmo assim não conseguia relaxar. "Entrei em colapso. Percebi que estava acontecendo alguma coisa errada quando comecei a pegar as matérias para estudar e não conseguia fazer os exercícios. Tinham uns que eram fáceis e eu complicava mais. Ficava irritada", conta.
Ela também teve gastrite e anemia porque não comia direito. Teve que fazer tratamento com remédios e passar a se alimentar melhor.
Precisou também diminuir o ritmo. Agora, fica só duas vezes por semana à tarde no cursinho e se deu o direito de passar o feriado de Finados na praia.
"Quando acabarem os vestibulares, quero voltar sem preocupação e fazer muitas baladas", planeja.


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