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Café em excesso prejudica concentração
DA REPORTAGEM LOCAL
Bem dosada, a principal arma
dos vestibulandos contra o sono
pode aumentar a atenção, favorecendo a preparação para as provas. Em excesso, no entanto, o café gera mais estresse e dificulta o
raciocínio do candidato, atrapalhando os seus estudos.
Tanto o lado positivo quanto o
negativo têm relação com os efeitos estimulantes da cafeína. Pelo
lado bom, a substância ajuda o estudante a ficar mais alerta. Se está
com sono ou cansada, a pessoa
tende a encontrar mais dificuldade para se concentrar, o que dificulta o aprendizado.
Mas, se o café for consumido
em excesso, o aluno pode ficar
agitado demais. Isso faz com que,
diferentemente do desejado, o estudante fique mais disperso, impaciente e com dificuldade de se
concentrar em um mesmo exercício por muito tempo.
Segundo especialistas, o vestibulando não deve passar de três
xícaras por dia. "O café é interessante para estudar. Há estudos
que mostram que alunos que tomavam café-com-leite pela manhã tinham desempenho escolar
superior aos que só tomavam leite. Mas, se passar de três xícaras,
gera estresse porque é um estimulante do sistema nervoso central.
O vestibulando pode ficar trêmulo, sem paciência, interferindo em
sua concentração", disse o médico Durval Ribas Filho, presidente
da Associação Brasileira de Nutrologia e professor da Faculdade
de Medicina de Catanduva.
Outro problema causado pelo
café, segundo a nutricionista Andrea Zaccaro, deve-se ao chamado efeito rebote. Após a excitação
do sistema nervoso central, quando o efeito do café passa, há uma
depressão para níveis abaixo dos
anteriores à ingestão da bebida.
"A pessoa estava cansada e o café "engana" o organismo, fazendo
com que ele fique mais agitado.
Mas, quando acaba o efeito, ele
está mais cansado, porque, além
da energia que já não tinha, fica
sem a que gastou no período em
que estava sob o efeito."
Essa camuflagem do sono dada
pelo café, de acordo com a psicóloga Marilda Lipp, dá uma "energia nervosa, vazia", o que atrapalha a concentração e aumenta o
nível de estresse.
Segundo Andrea Zaccaro, o
mesmo raciocínio de evitar os extremos se aplica ao consumo de
doces, que podem ter um efeito
calmante em pequenas porções.
"Se o estudante consumir muito
café, ficará agitado demais. Se comer muito doce, ficará calmo demais. As duas coisas são prejudiciais à concentração", disse ela.
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