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FUVEST
Série de mudanças testa candidato
Prova terá 90 questões, perguntas interdisciplinares e bônus para aluno da rede pública
SIMONE HARNIK
VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma surpresa para os
142.656 inscritos, é isso o que a
Fuvest promete ser. Uma série
de mudanças, algumas mais
sensíveis, outras menos, vai ser
aplicada e testada neste ano. O
candidato tem de saber que vai
encarar questões interdisciplinares, que o número de testes
diminuiu e que haverá um bônus na nota dos estudantes
oriundos da rede pública.
Entretanto, de acordo com
psicólogos, especialistas de
cursinho e de colégios consultados pela Folha, o importante
é lembrar-se sempre de que todos vão passar pelo mesmo desafio, o que impõe uma condição de igualdade.
"As questões interdisciplinares não serão problemas para
os estudantes. A Fuvest não vai
fazer nenhuma loucura", analisa a coordenadora do Objetivo,
Vera Lúcia da Costa Antunes.
As mudanças em si não foram alvo de críticas severas,
mas sim a forma pela qual foram implantadas. "A Fuvest
costumava, todos os anos, realizar uma reunião com coordenadores de colégios e cursinhos para falar do exame. Neste ano isso não foi feito, e este
era um ano em que isso seria
essencial", afirma Victor Koloszuk, diretor de ensino médio do colégio Vértice. "Os alunos ficam um pouco apreensivos, mas nós realizamos simulados e mostramos a eles que,
independentemente do tipo de
prova, o rendimento padrão de
cada aluno se mantém."
"O vestibular é um planejamento de no mínimo três anos,
em que o vestibulando vai se
organizando para isso. Tivemos que mudar simulados já
prontos e fizemos isso para
tranqüilizar os alunos. O maior
fator de estresse foi, infelizmente, a Fuvest", diz o coordenador de orientação profissional do Bandeirantes, Roberto
Nasser.
Bônus
A professora Vera também
avalia que o bônus de 3% na nota dos estudantes do ensino público -medida instituída pelo
Inclusp (Programa de Inclusão
Social da USP)- não deve ser
motivo de preocupação para
quem saiu da escola particular.
"Isso vai dar uma chance aos
bons alunos da rede pública
que estão próximos da convocação para a segunda fase."
De acordo com o vice-reitor
da universidade e presidente
do conselho curador da Fuvest,
Franco Maria Lajolo, o objetivo
é ampliar o número de alunos
da rede pública.
"Fizemos estudos e projeções que nos mostraram que
esse percentual permite trazer
mais gente da escola pública,
chegando a 30% dos aprovados,
o que nos parece razoável em
um primeiro momento. Vamos
ver o que acontece no vestibular", explica.
A bonificação é uma das principais novidades do Inclusp,
além da instituição de até 10%
de questões interdisciplinares
na prova.
Ainda há outra alteração, só
que em fase de projeto. Trata-se do Sistema de Avaliação Seriada, em que alunos da rede
pública poderão fazer provas
ao fim de cada ano do ensino
médio e a nota será aproveitada
na Fuvest. "É um projeto que
depende de várias interfaces e
deverá ser planejado durante o
ano que vem. Depois, faremos
um plano-piloto, com algumas
escolas, para analisar o resultado", diz.
Pelo Inclusp, também há medidas para facilitar a permanência do estudante na faculdade, como a concessão de bolsas de estudos associada à pesquisa na instituição.
"A questão da inclusão social
é muito importante no Brasil
de hoje. Claro que não vamos
fazer a revolução social, mas estamos fazendo o que está ao
nosso alcance", explica o vice-reitor.
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