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ENTREVISTA
Aluno deficiente é prejudicado por ensino precário
DA REPORTAGEM LOCAL
Os portadores de deficiência terão também neste ano a isenção na taxa de inscrição para o vestibular da USP. No entanto, apesar do benefício, Décio
Goldfarb, presidente voluntário da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), acredita que esse público estará em desvantagem nas provas em relação aos demais candidatos.
Folha - O portador de deficiência física compete com as mesmas condições que os demais estudantes no vestibular?
Goldfarb - Não competem
com igualdade, pois no país as
escolas não estão preparadas
para a inclusão do portador de
deficiência. Nem no ensino
fundamental nem no ensino
médio. Assim, falta uma estrutura na qual essas pessoas possam aprender e serem competitivas nas provas.
Folha - O que falta nas escolas?
Goldfarb - Em 2001, o governo
fez um decreto no qual afirma
que as escolas são obrigadas a
receber os portadores de deficiência. Mas isso não é tudo,
pois é preciso que os professores -tanto na área psicológica
quanto na parte pedagógica-
estejam habilitados a receber
esse público. Como as instituições não estão preparadas para
isso, o deficiente não tem condição de pleno aprendizado.
Folha - Quantos são os portadores de deficiência no Brasil?
Goldfarb - Os que têm problemas no aparelho locomotor,
braços e pernas, compõem 1%
da população brasileira, aproximadamente 1,7 milhão de
pessoas.
Folha - Todos eles são capazes
de freqüentar uma faculdade?
Goldfarb - Existem alguns deficientes que têm uma limitação e não conseguem passar de
um nível de aprendizado. Nesse contexto, pode-se dizer que
20% dessas pessoas poderiam
freqüentar uma universidade,
mas somente um número muito pequeno atinge a faculdade.
Ficaria muito feliz se 5% conseguissem entrar em uma instituição de ensino superior.
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